sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes. Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uns dos outros. Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente. Bem mais do que nos outros, quero ter atenção com relação ao que sinto, ao que vejo, ao que propago. Mais cuidado para não me intoxicar com os apelos do medo e do pessimismo, tão divulgados nesses nossos tempos. Usufruir mais a sábia isenção que nos permite continuar a ver o melhor para a nossa vida e para a vida de todos os seres, apesar de tudo. Não me importa se eu olhar na contramão: quero ter a coragem de sustentar a minha crença de que o amor, a paz, a luz, hão de prevalecer na Terra, e, enquanto isso não acontecer, quero dirigir também a minha energia ao propósito de que prevaleçam em mim. Bem mais do que nos outros, eu quero me sentir feliz. Uma felicidade que não está condicionada à realização das coisas que, particularmente, anseio para mim. Para a minha história nesse mundo. Para esse personagem que eu visto. Quero, antes de qualquer outra razão, me sentir feliz por encontrar descanso e contentamento no meu coração. Por tocar com o sentimento a preciosidade da vida. Por saber que existem coisas para eu realizar enquanto estou por aqui. Por acreditar que a maior proposta da idéia humana é a felicidade. Não importa quantas nuvens eu possa ter que dissipar no ano que começa: gente, por natureza, é sol, e eu quero viver esse lume.

Ana Jácomo



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Para ti

Se eu não chegar a tempo
Se eu não resistir até o próximo dia
Se eu embarcar sem aviso
Seu eu tomar chá de sumiço
Guarde esse pequeno escrito
Que pode até não ser bonito
Mas que fiz pensando em você
Então, se eu desaparecer
Lembre de relê-lo sempre
Para não esquecer da gente
Para me manter viva em ti
Relembrar da forma que sorri
Enquanto te escrevia esse verso.

Cáh Morandi

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Oferta

Trago-te flores, velas perfumadas...
Trago taças, perfumes e iguarias...
Cordas de violino, melodias,
E promessas de horas sossegadas....

E bombons de licor, rosas beijadas...
Mascara de festim... Alegorias...
Delírios de nudez e fantasias
No rodopio das danças sagradas...

Eu trago o vinho numa ardente entrega....
- Esse sangue que das noites se rega
No estrondo colossal das alegrias...

E trago a jura de um olhar que espelha;
Um livro santo, uma flor de camélia...
...Trago-te estrelas, sonhos e poesias!


(Paulo Mauricio G. Silva)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Faz Frio

Faz frio na minha cama
Faz frio por todo o meu quarto
A lua some no horizonte
Estrelas fazem nuvens de cobertor
O mar parece um imenso iceberg
Na incerteza da chegada do amor
Olhares tristes
Corpos em noites desertas
Paisagens opacas
Almas congeladas e encobertas
Uma folha rola perdida
Pelo inverno
E um vento cortante entre montanhas
Deixa distante todo sonho de ser feliz
Um beijo que já não vem
O amor ficou perdido
No corpo quente de alguém
Hoje meu verso é perdido
A inspiração se acabou
Uma ultima estrela que no céu brilhava
Enfim se apagou.


Everson Russo

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Nas Eras d’ Ela

Estrela dos meus céus e dos meus delírios,
Fonte de meus desejos e da minha paixão,
Flor que entre os espinhos me reluz os lírios,
Vida de minha vida e do meu coração...

Lua de cor plena, luz dos meus martírios...
Água de minha sede a me banhar as mãos,
Anciã dos meus pecados e dos meus satírios,
Eis a minh’ alma em sua imensidão...

Fazeis d’ ela unção, que de mim és santificada.
Oh rosa de acalanto e amortalhada,
Amor de meus amores aos céus perdidos...

Vida que me és estrela aos sonhos loucos
Nada te és em vão, nem tempos são cavoucos,
Eis que n’ outro ressurge o teu amor antigo...


(Poeta Dolandmay)

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Amanhecer

E é quando amanhece
que o canto das águas toca os mares
e o horizonte se abre ao dia que nasce
que os pássaros tem o dom de pensar
e os abissais buscam um raio de luz
no profundo do oceano.


E nesta hora de encantamento
onde cada ser renasce um pouco
na imensidão de um cosmo iluminado
qualquer palavra pronunciada se fará eco
e se num instante assim eu disser te amo
minhas palavras logo serão ouvidas
por isso me calo.


Lou Witt

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Folhas Esparsas


Sinto: - tua aura nesta geografia,
Vi na moldura uma ribalta!...
Amei a cada letra, tua alma;
tenho páginas, frutos da magia!

Na tua voz rica há muitas sintonias,
cada vocábulo é de esmeralda;
Nas letras o coração se acalma;
o perfume levou noites vazias...

Do Céu astros pululam na varanda
procuro as estrelas que emanam!...
... e todo firmamento sei de cor...

Mergulho em pensamentos profundos...
Penso...Penso: - Ah, como estará o mundo
da minha alma gêmea, meu grande amor?...

Machado de Carlos

sábado, 5 de novembro de 2011

Sentidos


O meio termo já não me satisfaz.
Nem pessoas máximas vazias
Nem as ínfimas cheias de mais.
Se por isso me sentencias
Se não me compreendes mais
Digo-te novamente:
É a essência que busco!
Um coração cheio de gente
E não gente cheia de razão.
Quero a carne o osso, a alma
Quero tudo intensamente.
Quero dessa louca vida calma
Desde o fruto
Até a semente!

Carolina Salcides

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Poema Verso e Prosa

Minha vida é um poema,
um poema de verso livre;
Um poema sem refrões
de rimas arranjadas...
Um poema despojado,
feito de palavras inventadas.
Despido da adornada estrutura,
da rima fria e dura...

Minha vida é poesia escrita;
que se escreve e que escreverei...
tendo as marcas das paixões
dos desejos e desilusões...
Minha vida é escrita
em cada momento
de alegria
ou desalento...

Minha vida é poesia viva...
Minha Vida é Poema
Verso e prosa.

Lúcio Tércio M. Alencar

sábado, 8 de outubro de 2011

Detalhes

Imaginar-te nos braços de outro
me faz colérico e quase louco.
Sinto-me o mais tolo dos tolos,
o maior de todos os imbecis.
Meu Deus, quanto sinto,
me sentir assim.
Por vezes rancoroso,
te odeio, como se só tu
fosse culpada pelo fim.

A ti não faltarão belos homens,
e a mim, lindas mulheres.
Mas como nos portaremos
com outro corpo, outro cheiro,
com outra voz, outra pele,
outros lábios, outros olhos?
Será que nos acostumaremos?
Será que nos abrangeremos?
Será que nos regozijaremos?

Não sei, não sei de mais nada.
De outro modo, sei sim:
Sei que te amo bem mais
do quanto amo a mim.
Sei que queria acordar e ver
que tudo foi só um sonho,
um pesadelo muito ruim:
“Detalhes tão pequenos de nós dois,
são coisas muito grande pra esquecer...”

Antônio Poeta

sábado, 1 de outubro de 2011

Ser poeta

Ser poeta é sentir o aroma
da flor a enlevar os sentimentos
é sentir um halo de luz a iluminar
os seus pensamentos...
É meditar e transcender ao cosmos
infinito buscando inspiração
para o belo versejar de seus temas
falando de sentimentos que tocam
ao coração...
É falar da dor e do pranto...
do desespero e da esperança...
do acalento e do acalanto...
do amor e temperança...
É sentir no peito amor profundo
mantendo acesa a chama da amizade
distribuindo ternura pelo mundo
na mais plena e pura simplicidade...
Ser poeta é amar a natureza
criação divina de primeira grandeza
ouvir o encanto do canto do rouxinol
vindo do arrebol...
Ser poeta é ser tocado pela música suave
a embalar seus sonhos em noite de luar
é sentir o espírito leve no ar
como as espumas no mar.
Ser poeta é sobretudo acreditar
na luz divina que ilumina o seu caminho
na ponta da pena a abençoar
a sua sensível alma de passarinho.

Elias Akhenaton

domingo, 25 de setembro de 2011

Mimo "M@ria & M@ria

http://www.marialbozolipoesias.blogspot.com/

É com imenso carinho que hoje venho lhes oferecer este selinho.

Venham buscá-lo !Beijos de coração prá coração....M@ria

domingo, 18 de setembro de 2011

Ecos da Alma

Os ecos da tua alma ecoam
Em melodias lúdicas
Na cadencia de um olhar enternecido
Visualizo o teu sorriso quente da paz
Emanada do teu corpo

Por um momento fugaz
Prevalece a junção de sentires
As tempestades evaporam-se
O azul cristalino brilha
Na noite iluminada

Pelas estrelas brincalhonas
As palavras deslizam dançarinas
Em frases afagadas pela ternura emergente
E nos caminhos livres de pedras aguçadas
Florescem flores campesinas

Perfumando o ar de doces brisas nocturnas
Transformando o silencio
Em acordes de violino vibráteis …
Estremecendo o tempo fugaz de nós

Só a musica permanece em elos de ligação
Da distancia mensurável das vidas
No cume da existência imortal
No azul brilhante do cosmos longínquo

(Liliana Jardim)

sábado, 10 de setembro de 2011


Hoje, ao acordar, logo olhei pela janela...
Vi flores tão lindas, tal qual lúcida quimera
E uma borboleta no papel de sentinela,
A mim anunciava: Já chegou a primavera!

E assim abriu suas asas, bocejando uma canção,
Voou à minha frente, acompanhei com meu olhar.
O desenho de suas asas, tão perfeito em seu padrão,
Lembrava-me os lírios e a sua perfeição.

Orquídeas,girassóis, tulipas, lindas rosas,
Crisântemos tão sérios, hortências mais dengosas,
Margaridas lindas, violetas majestosas,

Dançavam pros meus olhos, e encantavam minha vista,
Fazendo-me entender que esta cena imprevista,
Era um prenúncio bom! A obra-prima de um Artista.


Wesley de Andrade

domingo, 4 de setembro de 2011

FLORES


Devolvo-te as flores
que, escondido
enquanto a noite
enchia-se de estrelas
e tu de sonhos,
roubei de ti
para me perfumar,
Jardim Perfumado
que és.

E agora,
já perfumado de deusas,
devolvo-as
com o néctar
que emprestei
das abelhas rainhas
e com os beijos meus,
cuja fórmula doce
aprendi com o beija-flor.

Devolvo-as sem mais nada.

Apenas
espero que o silêncio
acomode-se entre os vácuos das palavras
e os sentidos as transparentem.


Oswaldo Antônio Begiato

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

De lá!

De órion,
Chegam-me noticias tuas,
As que esperei,
Por todos esses séculos,
Enquanto chutava pedras,
Pelo infinito deserto de minh’alma;

No entanto cultivei a fé,
E na abundancia de dias de sol,
Pavimentei o caminho dessa saudade,
E a ti retornei em pensamentos,
Em encontros fugazes,
Entre minha e tua alma;

De sorte que agora,
Pressinto tua chegada,
Posto que de ti já sinto o perfume,
Aquele mesmo que me embriagava,
Em noites enluaradas de amor!


Santaroza

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Namorar

Que fascínio é namorar!
Andar abraçadinhos a passear,
Beijar na boca, se acariciar,
Agradar, só por agradar.

O namoro é a maga fase
Da puberdade da relação,
É quando palmilhamos a nossa
Mais íntima e intrínseca descoberta.

É o sentimento do firmamento,
A formação da convicção
De que somos um par, ou não.
Em verdade, a corte é o tempo
E o templo da contemplação.

É o coração de porta aberta,
Como semideus da adoração,
Enfim, é a prefação da paixão

O namoro é ainda, a câmara
Que ensaia o romantismo,
Que nos checa o proceder,
Que nos revela um ao outro,
Que mostra como vamos ser:
Como vamos nos portar e
Importar com aquela a quem
Vamos amar.

O ideal seria noivar sem perder o cativar, E casar sem perder o entusiasmar
O namoro não devia, jamais terminar.
O noivar, seria o namoro maduro,
O casar, o namoro eterno
As bodas de prata e as de ouro,
Seriam apenas, aniversários do namorar!


Antonio poeta

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

A LIÇÃO DAS FLORES

As flores conversavam no jardim
Falavam dos beija-flores
Que lhes visitavam todas as manhãs
De certo modo,
Eles eram-lhes um toque de carinho...
E a margarida disse a violeta,
Não podemos esquecer as borboletas
Elas pousam, delicadamente,
Sobre nossas pétalas no entardecer...
E a rosa falou baixinho:
Não há como não falarmos
Do afago dos passarinhos
Levam nossas sementes além dos rios,
E trazem aos nossos pés um raminho.
Devemos pensar como as flores,
Valorizar todas as pessoas que nos cercam
Cada uma, em sua essência,
Nos doam um pouco de si.


Sirlei L. Passolongo

domingo, 14 de agosto de 2011

Pai,

Nos pesadelos da noite escura,
Secavas meu pranto e me carregavas;
Em desespero, eu apenas chorava...
Não via o mundo... - Meu espírito era puro!... -

Sem entender, eu estava seguro,
Sentia na pele teu suor da estrada;
Construías pra mim tua paz sonhada,
Cada tijolo teu era o meu futuro!

Sem quinhão, querias manter meu sorriso;
E a alegria triste?...De improviso? ...
E a fome e sem dinheiro no bolso!?

Hoje... Tudo foi um sonho!... E eu me agito!
O leite minguado estancou meu grito;
— Não canso de acariciar teu rosto!

Machado de Carlos

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Dunas!


Crepúsculo vai desbotando
o mato azul suspenso em sombras.
Em teus olhos enevoados nascem
as estrelas em meio a tua dança
nas areias do deserto que morreu
de saudades da ausência das chuvas.
Horizonte fantasmagórico no
silêncio espinhoso dos cactos.
Visões mágicas em lábios abotoados.
Flutuas em teu vestido branco
transparente a luz pálida da lua,
estranho sentimento místico
de intuições que ateiam fogo
em nossos instintos.

Nelson Aharon

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Agosto, embrião de setembro


. dialogando com meu amigo poeta JL


O inverno também prepara a vida
que nascerá sobre a aridez do frio
Como se a rachadura fosse precisa
para brotar a semente do novo dia

Como se o futuro fosse a porta
para o passado renascer frondoso
carregado de esperanças e gozo

Virá outubro, e sem escolha
o calor do vento acenará
que em novembro, do alto dos arvoredos,
a vida clamará por frutos e novas folhas

Não se falará mais de manhãs gélidas,
e sim de nuvens lépidas, bem vindouras,
douradas pelo sol

Tudo retomará seu ciclo com o outono
para recomeçar a minguar
anunciando de novo o velho novo inverno

Haverá luz e sombra
onde já houve luz e sombra
sempre ...

E o gelado do peito
e o vazio das mãos
serão escalados por ti
pelo teu espírito missionário
à procura do calor e do preenchimento

Meu amigo, é quando não sabemos andar
que aprendemos a andar
É quando há o escuro
que buscamos por claridade

É quando sofremos que aprendemos a ser felizes!
Aprendemos o valor de ser feliz!

Não julgue estes versos conformistas, não são!
Antes, tome-os como alimento
para que do tormento brote o aprendizado
de todas as dores: o alento!

E entre os agostos do tempo
a primavera ao chegar trará a alegria dos pássaros
o verão, os dias de calor e chuva
neste antagonismo natural
que faz a vida!

E mesmo quando esta tiver se apagado
... enfim, é assim, é preciso ...
a roda da existência a trará de volta
com outros caminhos
com outros espinhos
e sorrisos ...

Mauro Veras

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Fixação


São vinte quatro horas pensando em ti...
Nesta masmorra o tempo causa dó!
Entro no teu álbum, mas estou só.
Ainda vivo o momento que senti!...

Nos meus sonhos teu semblante sorri;
Acordo... Estou sozinho... Sinto um nó
a arrebatar meu coração de pó!
No jornal: - Teu nome está logo ali...

Uma música canta no meu som,
Nas notas há uma única visão:
Quero te encontrar: - Como? – Não sei!

Um dia qualquer acho que fui teu Sol;
Comandei o teu corpo com o amor Maior;
Até hoje brinco de ser teu Rei!...

Machado de Carlos

domingo, 24 de julho de 2011

VENDAVAL DE PERDIDAS ILUSÕES


POR UM DESCUIDADO CORAÇÃO
ENTROU UM AMOR ARREBATADOR
COMO UM VENDAVAL ENFURECIDO
EXPLODIU NO PEITO TAL QUAL VULCÃO

DESPREVENIDO PARA ESTE SENTIMENTO
ENTREGOU-SE DE PRONTO E POR INTEIRO
MAL SABIA ELE ENTRETANTO O QUE FAZIA
NÃO PODERIA IMAGINAR O QUE SOFRERIA

NA EUFORIA DO IMENSO AMOR CANTAVA
LINDAS CANÇÕES DE TERNAS FELICIDADES
EXPLODIA NO MUNDO DE ABSOLUTA MÁGIA
TÃO RADIANTE QUE A TUDO CONTAGIA

SONHAVA OS MAIS BELOS E ROMÂNTICOS
SONHOS DE AVENTURAS E PAIXÕES
ONDE TUDO É PROMESSA TUDO É BELEZA
TUDO ERA POESIA TUDO ERA ESPERANÇA

AS ESPERANÇAS SE TORNARAM TORTURAS
AS PROMESSAS UM TRISTONHO VAZIO
AS BELEZAS SE ESCONDERAM NA ESCURIDÃO
AS EUFORIAS ESFRIARAM-SE NO CORAÇÃO

TRISTE E ENVERGONHADO FIQUEI
AO DESCOBRIR QUE TUDO FOI ILUSÃO
PERDEU-SE A TERNURA E A ESPERANÇA
PERDI O ENCANTO PELA VIDA

HOJE SOLITÁRIO E MORIMBUNDO ANDANTE
FECHEI A PORTA DESTE CORAÇÃO ERRANTE
SOBRARAM AS LEMBRANÇAS DOS MOMENTOS
DE A ILUSÃO DE SER O TEU GRANDE AMANTE

COMO UM BARCO PERDIDO SEM RUMO
NO MAR REVOLTO DE MINHAS LÁGRIMAS
VOU NAVEGANDO NO CHORO ABANDONADO
DO VENDAVAL DE MEU INFORTÚNIO.

Baroneto

sexta-feira, 8 de julho de 2011

A confiança



Sem ti, a mente se afunda,
Minada em seus alicerces:
Feliz daquela em que exerces
Tua ascendência fecunda.

De quem te adota por guia
Quão segura a diretriz!
Sim! Feliz o que confia,
Feliz, três vezes feliz!

Mas, como o vidro, és frangível.
Não raro, a um gesto, a uma frase,
De chofre vai-se-te a base;
Cais, e, depois, é terrível.

O vidro quebrado corta
A mão que incauta o apertou...
Oh! como a confiança morta,
Coração, te retalhou!

Tudo falácia e quimera...
- Tem talvez sorte bendita
Esse que em nada acredita,
Nada esperou, nada espera.

Afonso Celso

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Encontro da Alma



Perdoa-me...
Mas hoje eu quero ouvir violinos.
Liberar meus pensamentos,
Na orla macia dos ventos!

Desejo tomar as mãos da ilusão.
Cavalgar por entre campos e regatos,
Embebedando-se na suave fragrância...
Das flores que livres se desabrocham!

Sorrir a vida como a uma criança.
Embalar-me na inocência de um anjo.
Cultivar pétalas desgarradas das rosas...
Banhadas no orvalho da esperança.

Voar na transcendência da realidade.
Flutuar nos portais das fantasias!
Criar um mundo mágico de alegria.
Preencher na alma, os espaços vazios.

Plantar uma flor que tenha a tua felicidade!
Cobri-la-ei com o manto dos raios da lua
Aquecida em ternos orvalhos de fina luz
Abraçada á meiga áurea da eterna alvorada

Fechar os olhos e suspirar o amor
Nos doce colo entre teus braços
Gritar aos quatros cantos do mundo
Amo... Mesmo que me julguem... Palhaço!

Baroneto

quarta-feira, 22 de junho de 2011

És melodia de encantar

Diz-me lá rouxinol sem me enganar
Porque és tu de mim tão diferente
Serás a voz da alma doutra gente
Que ficou neste mundo prá penar

Ou cantas como eu para disfarçar
Minha mágoa e dor sempre crescente
Tão clara como a água da corrente
Que corre como o vento sem parar

És rouxinol melodia de encantar
Como ídolo és o meu expoente
Que levas na tua voz o meu penar

E o teu refrão me faz adormecer
Ouvindo o teu trinar solenemente
A vida que perdi volta a nascer


Manuel Cristino

domingo, 19 de junho de 2011

AO ESCREVER POEMAS


Tenho a mão pesada ao escrever poemas,
Abro, no papel, profundos sulcos,
tipo, leito de um rio, por onde navegam
palavras, pensamentos, histórias,
coisas colhidas nas trilhas desta vida.

Não acaricio as palavras, espremo-as,
até ter delas seu sumo, seus significados.
Uso cores agressivas, por vezes exuberantes,
quando tento passar uma mensagem.

Quando falo de saudade prefiro o cinza,
nostalgia navega em branco e preto
e a revolta em águas barrentas, sempre!
Estou mais para a realidade,
a vida me fez assim!

Tenho a mão pesada aos escrever poemas,
machuco o papel, até perceber que ali existe
sangue, suor, saliva, sentimento,
não sei escrever sem expor feridas.

Parir versos é remexer nas entranhas,
é cutucar cicatrizes, fazê-las ardidas,
só assim o poema sobrevive
e eu consigo exorcizar minha dor.


NALDOVELHO

terça-feira, 14 de junho de 2011

CAMINHOS...CAMINHOS...


Caminhos que se foram e vieram
Caminhos em que andei, andarilhei,
Caminhos que por certo ainda me esperam
E por certo caminhos que ainda irei.

Sei bem! Estes caminhos muitos eram
Apenas uns atalhos e desviei,
Porém estes desvios só me deram
A certeza de que pouco ainda andei.

Andar preciso mais é o que sinto,
Mesmo que haja escarpas e ladeiras
E mesmo em intrigantes labirintos.

Talvez, andando assim, eu veja indício
(Por mais que tenha a vista nevoeira)
De quando é uma reta, ou precipício.

Jenário de Fátima

sexta-feira, 10 de junho de 2011

ROSAS DA MANHÃ



Se tu queres dar-me flores
Deixe que eu mesma escolha
Não será escolha vã.
Não quero cravos, hortênsias.
Não quero orquídeas ou dálias.
Quero rosas da manhã.

Haverá de ser bonito
Encontrá-las na varanda
Vermelhas como maçã.
Mas não num bouquet, cortadas.
Quero-as num vaso, plantadas.
Lindas rosas da manhã!

E amanhã, quando as pessoas
Se espantarem com a beleza,
O viço e a maciez de lã,
Eu lhes direi, orgulhosa:
Foi o amor que me deu as rosas.
Minhas rosas da manhã!


(-Arabela - Morais-)

domingo, 5 de junho de 2011

Amor entre almas...


Amor entre almas...
Não se procura,
não se pede,
não se exige...
Simplesmente acontece
quando menos se espera.

Amor entre Almas
É amor doação
sinceridade, fidelidade,
dedicação,ternura ,
prazer, emoção.
Não importa a distância.

Amor entre almas
é um resgate de vidas
que chega ao fim no
sublime ato do reencontro
com sua alma gêmea
tão amada ontem,
tão vivenciada no hoje.

Amor entre almas
não é só desejo e sexo.
É querer e sentir
a presença do ser amado
dentro do coração.
É precisar um do outro
como a borboleta e
a abelha precisam da flor

Amor entre almas
É tão intenso,
tão sentido por nós...
que ninguém,
nem mesmo o tempo
consegue apagar
de nossas vidas.


Marilene Laurelli Cypriano

terça-feira, 31 de maio de 2011

Chão de Estrelas


Há sempre um inverno por escrever
Uma página por virar
Um amor por esquecer
Um olhar pra se encontrar...

Há sempre uma luz por acender
Um sorriso por guardar
Um nó por desatar
Uma saudade pra lembrar...

Há sempre um fim de tarde por colher
Um verso por desenhar
Um sonho por querer
Uma paixão por queimar...

Há sempre uma verdade por saber
Um silêncio por chorar
Uma solidão pra esconder
Uma ferida por sangrar...

Há sempre uma palavra por dizer
Uma voz por se calar
Uma alma por sofrer
Uma vida por salvar...

Há sempre uma lua a iluminar
Um coração por se perder
Um leito por aquecer
Porque o poeta dorme
Em um chão de estrelas...

Márcia Cristina Lio Magalhães

domingo, 22 de maio de 2011

O Som do Amor


E queixou-se o Querubim
que no céu havia nuvens
E queixaram-se as nuvens
que anjos pousavam nelas...

E enquanto todos queixavam-se
o serafim brincava no céu
com uma rosa na mão...

Parecia distraído, o anjo
mas na cinta de ouro portava
uma harpa bela e brilhante
era o som que tocava
o amor do mais alto, distante...

Enquanto a humanidade chorava
o anjo no céu tocava
uma melodia feliz
que nem todo coração ouvia

Pois que só ouve o som do amor
aquele que olha a flor
e lembra que em sua morada
o som do anjo e a enxada
são antagonismos existenciais
nas mãos do bom pastor...


Mando Mago Poeta

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Vesperal

Dentro do véu da tarde silenciosa,
os jardins adormecem a sonhar...
Choram, sonhando, a sorte de uma rosa
que vai morrer nos braços do luar.

Dentro do véu da a tarde silenciosa,
alguém soluça, erguendo os braços no ar,
uma velha balada dolorosa
de um grande amor que ninguém soube amar...

Pela tristeza de um longínquo olhar,
dentro do véu da tarde silenciosa,
beijo uma sombra que me faz chorar.

Canta um repuxo na hora vaporosa...
Quantas flores ainda vão tombar
dentro do véu da tarde silenciosa...


Onestaldo de Pennafort


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Momentos Felizes


Ela – o resumo da Terra, Ar e o Céu!
A rainha de todos os vendavais!...
Veio clarear os meus dias anormais;
Juntos, juramos o eterno anel...

Ela tem o corpo todo de mel;
Nosso amor tem gosto de quero mais!...
... lambuzamos dos prazeres divinais!
(— Indizível teu gozo, Rapunzel!...)

Perco-me ao som de sua orquestra...
Meu espírito volve sempre em festa!
Reinicio a viagem no seu corpo de bronze!

Um coral de vozes canta no Empíreo;
Etéreo e eterno é o nosso delírio!
Sou o D. Juan do seu corpo de bronze!...


Machado de Carlos

sábado, 7 de maio de 2011

MARIA...MÃE

MARIA, és Rainha de todas as mães!
Cada mulher-mãe traz de ti um fino traço.
Como bendita tu multiplicas os pães
Da ternura e os envolve em divino abraço...

MARIA, entre todas foste a escolhida!
O teu santo nome há muito escrito no Céu!
Com o teu SIM, tu nos deste o Senhor da Vida
Para expulsar de nós o sentimento incréu!

MARIA, Mãe puríssima do Divino Amor!
És também nossa Mãe em luz e esplendor,
Oh, excelsa Mulher escolhida por Deus!

Por seres Mãe de Deus, no amor e na alegria,
Querer negar-te o excelso vulto é heresia...
Perdão, Mãe, pelos incrédulos filhos teus...


J. Udine - 05-05-2011


sexta-feira, 22 de abril de 2011

CONSTELAÇÃO


Sou estrela que reluz,
nos olhos da noite,
escura de solidão,
que ilumina sonhos,
perdidos na imensidão.
Sou estrela cadente,
que alimenta beijos,
na boca da noite,
na língua do vento,
até o amanhecer.
Sou estrela carente,
que tudo suporta,
que faz do passado,
um futuro presente,
na negritude da alma,
vazia de estrelas
que se faz ausente.
Sou estrela guerreira,
que levita faceira,
nas pegadas da noite,
vasculhando a mercê
dos ventos errantes,
procurando você.


Luz Miranda

segunda-feira, 18 de abril de 2011

De coração pra coração.



Vem mais pra cá, chega pra mim
Quero sentir esse som de amor
E ficar assim
Na sintonia da emoção
De coração pra coração.
Eu sou assim, um sonhador
Que encontrou nessa vida
O caminho do seu amor
Deixa o seu beijo me mostrar
O que você não diz, vem cá.
Por essa madrugada afora
Seu beijo no amanhecer
Nós somos só nós dois agora
E tanta coisa pra dizer.
E tudo isso faz sentido
Você me faz compreender
Que tudo é muito mais bonito
O tempo todo com você.
Você e eu e nada mais
E os nossos beijos tem sempre o sabor
De te quero mais
Então não deixe pra depois
Tudo é bonito entre nós dois.
Somos assim, sonhos iguais
A vida cheia de coisas tão lindas
Que a gente faz
Na sintonia da emoção
De coração pra coração.


Roberto Carlos

domingo, 10 de abril de 2011

És minha musa

A chama que aquece meus versos,
o sorriso de minha poesia,
o calor de meus poemas...

És a inspiração que dormia,
a realidade de meus sonhos,
os sonhos de minha mocidade.

E vou descalço pelo caminho,
sentindo o cheiro da terra molhada
com a lembrança tu, minha amada!
E uns versos cantando sem pensar em mais nada...

Quando sentires o perfume do campo,
entrando pela sua janela,
será minha canção mais bela
sonhando com sua chegada...

Mando Mago Poeta

sexta-feira, 25 de março de 2011

PRÁ NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE TANGO

Esta noite Gardel voltará
com o mesmo terno de linho,
nas mãos as brancas gardênias
e o chapéu Panamá.
Sob o acordeón que inebria
dançaremos o mesmo tango
que um dia lá no passado
eu aprendi a gostar.
Em sinuosos momentos
no deslizar de suas mãos,
trançaremos nossos pés
rodopiando pelo salão.
E no bailar compassado
reviveremos nosso amor:
olhos nos olhos,sedentos
e o beijo tão aguardado.
A vida é como o tango:
drama,vigor ,sensualidade.
Nosso amor é assim:
tango,paixão e saudade ...


MARCIA TIGANI

domingo, 20 de março de 2011

Bilhetes



Alguns escrevem pela arte,
pela linguagem,
pela literatura.
Esses, sim, são os bons.
Eu só escrevo para fazer afagos.
E porque eu tinha de encontrar um jeito
de alongar os braços.
E estreitar distâncias.
E encontrar os pássaros:
há muitas distâncias em mim
(e uma enorme timidez).
Uns escrevem grandes obras.
Eu só escrevo bilhetes para escondê-los,
com todo cuidado,
embaixo das portas.

Rita Apoena

quarta-feira, 16 de março de 2011

Conversa com as estrelas

Hoje, eu fui conversar com as estrelas,
Acima das alvas nuvens, eu fui parar,
Fiquei ansioso, mas tão feliz ao vê-las,
Naquela tão maravilhosa, noite de luar!

Fui com uma brisa que, estava passando,
Sem rumo, mas indo pros altos dos céus,
No caminho, fui guiado pelos pirilampos,
Que, leves e faceiros, bailavam ali, ao léu!

Fui falar do meu grande e, único amor,
Que meu coração, conseguiu conquistar,
Deu luz à minha’ lma e me fez apaixonar!

Tão linda e perfumada, tal a rosa em flor,
Com a sua eterna primavera, de esplendor,
Assim é esse meu grande e, único amor!!!!!


Poeta Cigano.

sábado, 12 de março de 2011

Seio de Minas


Eu nasci no celeiro da arte
No berço mineiro
Sou do campo da serra
Onde impera o minério de ferro
Eu carrego comigo no sangue
Um dom verdadeiro
De cantar melodias de Minas
No Brasil inteiro
Sou das Minas de ouro
Das montanhas Gerais
Eu sou filha dos montes
Das estradas reais
Meu caminho primeiro
Vi brotar dessa fonte
Sou do seio de Minas
Nesse estado um diamante.

Paula Fernandes

quarta-feira, 9 de março de 2011

A ESSA GRANDE MULHER



Maria... Santa Mulher...
Escolhida e anunciada,
em seu ventre de Virgem
pura e casta, se fez templo,
se fez morada.
Maria... Doce Mulher, lírio
sem mancha.
Imaculada que disse Sim a
Deus na promessa da
Salvação preparada.
Maria... Mulher e Grande
Mãe dos que cantam, dos
que choram, dos que imploram.
Maria... Santa Mulher de
todas as vidas, de todas as
horas.
Maria... Santa Mulher e
Nossa Senhora, mãe do
Menino Jesus, que se fez
rainha de toda luz.
Maria... Mulher e espelho
de todas as mulheres, que
refletem Deus aos olhos do
mundo.

_ o.vasconcelos _

sábado, 5 de março de 2011

MÁSCARA NEGRA


Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou
E te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele Pierrô
Que te abraçou
E te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval

Zé Kéti e Pereira Matos

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Pierrot, Colombina (e Arlequim)



Enquanto o show não termina,
Nossas casas são as ruas, e eu de Pierrot.
Carnaval nos olhos, vem você de Columbina,
E ficamos nós, par de um ímpar amor.

E seu passo de dança no meu se combina,
Um leque refresca o Fevereiro calor.
Você, mais à vontade, lá na esquina
Brincando com brincos e roupas de toda cor.

Eu, Pierrot, triste fico ao ver-te com Arlequim:
A lágrima desenhada no rosto, se multiplica
E o meu coração de bobo em pedaços que fica.

Mas nunca desisto de ter seu amor pra mim:
A moça Colombina , que em beijos quero ter,
Nunca me vê... eu a amo e ela ama outro ser!


Poemas do samuel (BloG)

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

"ÁGUA DE REMANSO"

Cismo o sereno silêncio:
sou: estou humanamente
em paz comigo: ternura.

Paz que dói, de tanta.
Mas orvalho. Em seu bojo
estou e vou, como sou.

Ternura: maneira funda
cristalina do meu ser.
Água de remanso, mansa
brisa, luz de amanhecer.

Nunca é a mágoa mordendo.
Jamais a turva esquivança,
o apego ao cinzento, ao úmido,
a concha que aquece na alma
uma brasa de malogro.

É ter o gosto da vida,
amar o festivo, e o claro,
é achar doçura nos lances
mais triviais de cada dia.

Pode também ser tristeza:
tranqüilo na solidão macia.
Apaziguado comigo,
meu ser me sabe: e me finca
no fulcro vivo da vida.

Sou: estou e canto.


-THIAGO DE MELLO-

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A fonte e a Flor



"Deixa-me,fonte!"Dizia
A flor,tonta de terror.
E a fonte,sonora e fria,
Cantava,levando a flor.

"Deixa-me,deixa-me,fonte!"
Dizia a flor a chorar:"Eu fui nascida no monte...
"Não me leves para o mar".

E a fonte,rápida e fria,
Com um sussurro zombador,
Por sobre a areia corria,
Corria levando a flor.

"Ai,balanços do meu galho,
"Balanços do berço meu;
"Ai,claras gotas de orvalho
"Caídas do azul do céu!..."

Chorava a flor,e gemia,
Branca,branca de terror,
E a fonte, sonora e fria
Rolava,levando a flor.


Vicente de Carvalho