domingo, 28 de fevereiro de 2010

MARIA


Chamo-te durante a noite
Já não me escutas?
Provoco-me um prazer burocrático...
Arrisco-me a dizer que é de
Ti,maria, que sinto mais saudade...
Que roubo de Anas, de Marias, de Estrelas

Quando foi que passaste a subestimar
a minha alma livre?
Já não me escutas?
Tenho que subtrair da imortalidade
a morte dessa noite
e minha saudade exausta,
quase desertora...
Já que não me escutas mais...

Não há verdades em minhas
palavras de desatenção,
Por que verás, ao entrar em meus
espaços, que há vestígios teus por
todos os lados.


LUPI

sábado, 27 de fevereiro de 2010

CRAVOS



Cravos brancos e rosados
coloridos e nacarados,
com muito amor perfumados
todos apaixonados,
que estou a te ofertar

Cravos por mim enfeitados
de paixão enfeitiçados
de desejo carregados
mensageiros dos carinhos
que tenho para te dar

Cravos de orvalho molhados
levam gotas cristalinas
de uma noite estrelada
em que eu apaixonada
estava em ti a pensar

Nessas gotas podes achar
os meus segredos guardados
sentimentos inconfessos,
somente a ti dedicados,
eternos no meu viver!...


Tahyane

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

RECEITA DE INVENTAR PRESENTES


Colher braçadas de flores
bambus folhas e ventos
e as sete cores do arco-íris
quando pousam no horizonte
juntar tudo num instante
num caldeirão de magia
então inventar um pássaro louco
um novo passo de dança
uma caixa de poesia


Roseana Murray

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

A poesia que eu gosto


A poesia que eu gosto
É aquela que não se esconde
E se fugir
Não vai ao longe
Ao contrário
Caminha junto ao coração
A poesia que eu gosto
Possui toque emocional
Jeito atestado
Sempre indo ao seu lado
O sorriso requisitado
A poesia que eu gosto
Tem palavras simples
Às vezes rima pobre
Mas quase sempre, gosto nobre!
Atiçando o paladar da ilusão
A poesia que eu gosto
Faz sonhar
Traz um não sei o que de mar
Tanto que o infinito dói no peito
Mesmo na mansidão do seu refrão
A poesia que eu gosto
Bem sei, vem de você!
Que não diria! Amei você
Já que o amor não diz porquê
Só ama
No eterno conjugar do presente
Neste nosso lindo alvorecer...


Gerson F. Filho

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

CANTO


sinfonia de orquídeas raras,
compasso ritmado, ária de arte,
amor como tema; teima em ficar,
envolto na dança, suave a bailar.
canto degustado parte por parte,
encanto que não sara,
vício inebriante.
valsa dos amantes,
vale quanto pesa,
pesa como a neve,
leve como pluma amarela.
leve todos meus beijos,
quem se atreve
a contestar?
linda, mais bela;
mágicos arpejos,
a nos envolver.
voltemos no tempo,
avancemos no vento.
de mãos e coraçãos dados;
jogo de dados,
venenosos dardos,
com seiva de bem-querer.
noite mais linda,
tão belo amanhecer!...


gustavo drummond

domingo, 21 de fevereiro de 2010

FLORES E PERFUMES


Tu me prometeste flores e perfumes
E quando o verão se foi
Só deixaste folhas secas aos meus pés
O que eu faço com elas neste outono?

Nem poderei com elas
Aquecer-me no inverno
Tampouco me alimentarei
Com folhas secas...

Ainda sinto o teu gosto
Salgado em minha boca
Mas não mais te vi
Faz quase uma estação
Que não te toco...

O que eu faço
Com estas folhas secas em minha cama?
Isto é o que sobrou de ti
Apenas húmus...


Mário Feijó

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Encontros e (des)encontros...


Dei-te os dias, as horas e os minutos
Destes anos de vida que passaram;
Nos meus versos ficaram
Imagens que são máscaras anónimas
Do teu rosto proibido;
A fome insatisfeita que senti
Era de ti,
Fome do instinto que não foi ouvido.

Agora retrocedo, leio os versos,
Conto as desilusões no rol do coração,
Recordo o pesadelo dos desejos,
Olho o deserto humano desolado,
E pergunto porquê, por que razão
Nas dunas do teu peito o vento passa
Sem tropeçar na graça
Do mais leve sinal da minha mão...


Miguel Torga

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Se eu pudesse guardar os teus sentidos


Se eu pudesse guardar os teus sentidos
Numa caixa de prata e de cristal,
Entre conchas do mar, búzios partidos,
Pequenas coisas sem valor real...
Se eu pudesse viver anos perdidos
Contigo, numa ilhota de coral,
Para além dos espaços conhecidos,
Mais longe do que a aurora boreal...
Se eu soubesse que o olhar de toda a gente
Te via, por milagre, repelente,
Que fugiam de ti como da peste...
Nem assim abrandava o meu ciúme,
Que é afinal o natural perfume
Da flor do grande amor que tu me deste.


Reinaldo Ferreira

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Testamento


Fico calado de cotovelos nessa folha
Arremato os lados como moldura
Para que nada fuja
Nunca deixei de tomar nada
para que eu não tenha insônia;
nada que não me embriague;
nada que não engorde;
para que não me engravide;
para que não falem de mim
Nada que não ofereça atalho ao meu sopro de vida
Não fugi de paixões
Como não sou politicamente correto
Muito mesmo sou fisiologicamente correto
Tenho suores frios
Pela espera verdadeira
E pela a que imagino
Alias, mais deliro e sonho
do que vivo o real
Na verdade mesmo
acho que perdi meu limiar
acho que sou emocionalmente indefinido
Lamento não ter entregue
meu quinhão de emoção completo
a uma alma feminina que quis me dar a sua
mas se não dei
deixei usufruir...alias deixo em usufruto

Essas molduras
são construções
de linhas imaginarias
policromas por minha vista disforme do momento
que cercam com competência um vulto
e um punhado de lagrimas sem emoções definidas
são as melhores...


Luciano Lopes - Lupi

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

FLOR DE LÓTUS AZUL


Quando Deus
Foi habitar naquele coração,
Ela ainda era menina,
Transbordando de emoção.
E no silencio de seu quarto
Deus rezava com ela:

-Faça-me de luz Senhor!
-De luz te farei e serás!
-Faz-me pura Senhor!
-Pureza levará no olhar!
-Faz-me flor Senhor!
-Um lótus azul será!
-Faz-me poeta Senhor!
-Farei mais,
Farei-te cordão dourado
Enfeitado de poetas lapidados!
Amem.


Rachel D.Moraes

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Carnaval e Poesia


Nesse carnaval vou me fantasiar de poetisa.
Uma caneta na mão e uma folha branca.
O Samba Enredo vai se chamar Emoção.
O nome da escola Unidos do Recanto.

Mestre sala o Poeta, Rainha a Palavra.
No cortejo vão sair trovas, versos e contos.
A fantasia vai dar o toque e certamente vai
tirar 10.

Frases serão as serpentinas no ar.
A bandeira multicor, o som no tom
junto aos duplix e triplix.

Amizade, amor, saudade vão sair num bloco só.
Vistam suas fantasias e colem no papel.
O Brasil todo vai ser um bloco na mesma sintonia
no mesmo céu.

Carnaval vai ser o encanto anunciado e letrado
na palavra em sol maior.


Yara Corrêa Picardo

domingo, 14 de fevereiro de 2010

AMOR DE CARNAVAL


Se de fato tu queres me encontrar
apesar de me teres transformado
na tua multidão, tu deves procurar
no alvoroço do baile triunfal
de teu tumultuado coração...

Eu sou aquele que tu vês se levantando
daquela sombra que virou teu chão.
Repara como eu engoli meu sim
para não ter que devolver teu não...

Se de fato tu queres me encontrar,
eu sou aquele que já foi embora
com uma flor na mão...


Afonso Estebanez

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

CARNAVAL EM VENEZA


No crepúsculo de Veneza
derramaste uma lágrima
como um rio abrindo um fio
no teu rosto maravilhado
de Colombina


Não cheguei a tempo
de usar uma gôndola vaga
para colhê-la com mesura
e juntá-la nos meus olhos
ao meu choro silencioso
de Pierrot


Uma orquestra de cordas
iluminava a Praça de São Marcos
quando sopraste uma promessa
inaudível
nos meus ouvidos ocupados
embevecidos com uma sonata
de Chopin


Quando dei por mim
encontrava-me só
junto à água verde-jade
descobrindo pelo frio
como anunciavam a tua ausência
os raios solares da manhã


Ao longe ouviam-se pombas
a rolhar sobre os telhados
e uma voz bradava
clamando com apelos apaixonados
por um desconhecido
chamado Arlequim


José António Gonçalves

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

SE NÃO FALAS


Se não falas, vou encher o meu coração
Com o teu silêncio, e agüentá-lo.
Ficarei quieto, esperando, como a noite
Em sua vigília estrelada,
Com a cabeça pacientemente inclinada.

A manhã certamente virá,
A escuridão se dissipará, e a tua voz
Se derramará em torrentes douradas por todo o céu.

Então as tuas palavras voarão
Em canções de cada ninho dos meus pássaros,
E as tuas melodias brotarão
Em flores por todos os recantos da minha floresta.


TAGORE

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Saudade


Vou esperar mais um pouco,
tenho a paciência dos tempos,
das antigas e velhas cantigas.
Vou deixar risonho teu pranto,
teu olhar em acalanto.
Sob a jura que a lua oferece,
sob a chuva que o coração enternece,
sem teu corpo pra me acalmar.
Vou esperar, fartar a terra,
eclodir sem ter guerra...
Esculpir teu rosto n'uma árvore,
mais tarde eu vou passar,
vou teimar viver cada ramo
que essa saudade lembrar.


Pedro Miller

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Santo e Senha


Deixem passar quem vai na sua estrada.
Deixem passar
Quem vai cheio de noite e de luar.
Deixem passar e não lhe digam nada
Deixem, que vai apenas
Beber água de sonho a qualquer fonte;
Ou colher açucenas
A um jardim que ele lá sabe, ali defronte.
Vem da terra de todos, onde mora
E onde volta depois de amanhecer.
Deixem-no pois passar, agora
Que vai cheio de noite e solidão
Que vai ser uma estrela no chão.


Miguel Torga

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Eu te amo muito além...


Amo-te tanto e quanto e mais e tudo,
Sei, tu és o mundo do meu mundo
Vida, dias, horas, minutos e segundos
Maior que o céu e que o mar profundo.

Amo-te na fragilidade da minha emoção,
Nas voltas e reviravoltas do meu coração
No teu olhar que me acerta e desconserta
Numa canção de amor na melodia certa.

Amo-te no improvável das possibilidades
No impossível que ora se faz saudade
Brisa leve que banha minha ansiedade
Na esperança que se chama felicidade.

Amo-te mais que tudo que possa existir
Teu coração sinto bater no peito em mim
Beleza desse meu amor que não tem fim
Além da vida, no infinito dos confins.


Marisa de Medeiros

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

MAIS UMA CURVA DO RIO


"Quando pensei que tinha chegado
era outra surpresa,
era mais uma curva no rio.
Quando calculei que tudo estava pago
havia ainda os juros
do tempo do esforço do amor.
Quando achei que estava acabado
os caminhos se espalmaram
como dedos da mão de um deus,
na torrente no vento
no sopro do universo..."


Lya Luft

AMO


Amo olhar o imenso areal parado no tempo,
Gaivotas sobrevoando, asas largas debatendo,
riscando o céu em vôos ignorados…
Amo os pássaros que semeiam cantos,
que vem em bandos, depois partem não sei para onde.
Mas deixam a paz e aos ouvidos o insistente canto.
Amo o som do mar, alegria vadia a invadir a areia,
passando, fluindo, cantando, sem parar…
Amo abraçar o vento, leve como o pensamento,
carregar conchas e sonhos, pensar que aqui sou feliz.
Se o tempo pesa nos ombros, confesso minha exaustão,
mas faço um novo poema para divertir a tristeza,
no final das contas a vida é boa e sonhos…bem,


Sônia Schmorantz

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Abraça-me...


Enquanto a lua não dorme
E o sol faceiro acorde
E te leve pra longe de mim
Deixa-me sentir seu calor
Na paz do seu abraço
Numa magia sem fim.
Beija-me...
Quando o sol se levantar
Faça-me juras de amantes
Deixa-me sentir seu gosto
Impregnado na boca
Pra que na saudade louca
Te sinta junto de mim.
E quando a tarde cair
Quase louca de saudade
Eu te busco e te preciso
Você volta para meu colo
A lua acende o sorriso
A noite sonda indiscreta
E o nosso amor... Assim
se completa.


Sirlei L. Passolongo

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

NOSSA CANÇÃO


Sempre que amanhece eu ouço
os pássaros em alvoroço
entoando uma melodia.

Fico inebriado e esqueço
de tudo que não mereço
no embalo da poesia.

Vejo o passado, o presente
e o futuro incandescente
desta nossa união.

Vejo a melodia bela
emoldurando na tela
do amor...a nossa canção!


MARINHO GIL

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Selinho p/meus amigos


http://marialbozolipoesias.blogspot.com/


É de coração que ofereço-lhes este mimo meus amigos;
e a todos que aki me visitarem.
Beijos na alma de cada um de voces.