sexta-feira, 30 de dezembro de 2011


No ano novo, quero me encantar mais vezes. Admirar mais vezes. Compartilhar mais amor. Dançar com a vida com mais leveza, sem medo de pisarmos nos pés uns dos outros. Quero fazer o meu coração arrepiar mais frequentemente de ternura diante de cada beleza revista ou inaugurada. Quero sair por aí de mãos dadas com a criança que me habita, sem tanta pressa. Brincar com ela mais amiúde. Fazer arte. Aprender com Deus a desenhar coisas bonitas no mundo. Colorir a minha vida com os tons mais contentes da minha caixa de lápis de cor. Devolver um brilho maior aos olhos, aos dias, aos sonhos, mesmo àqueles muito antigos, que, apesar do tempo, souberam conservar o seu viço. Quero sintonizar a minha frequência com a música da delicadeza. Do entusiasmo. Da fé. Da generosidade. Das trocas afetivas. Das alegrias que começam a florir dentro da gente. Bem mais do que nos outros, quero ter atenção com relação ao que sinto, ao que vejo, ao que propago. Mais cuidado para não me intoxicar com os apelos do medo e do pessimismo, tão divulgados nesses nossos tempos. Usufruir mais a sábia isenção que nos permite continuar a ver o melhor para a nossa vida e para a vida de todos os seres, apesar de tudo. Não me importa se eu olhar na contramão: quero ter a coragem de sustentar a minha crença de que o amor, a paz, a luz, hão de prevalecer na Terra, e, enquanto isso não acontecer, quero dirigir também a minha energia ao propósito de que prevaleçam em mim. Bem mais do que nos outros, eu quero me sentir feliz. Uma felicidade que não está condicionada à realização das coisas que, particularmente, anseio para mim. Para a minha história nesse mundo. Para esse personagem que eu visto. Quero, antes de qualquer outra razão, me sentir feliz por encontrar descanso e contentamento no meu coração. Por tocar com o sentimento a preciosidade da vida. Por saber que existem coisas para eu realizar enquanto estou por aqui. Por acreditar que a maior proposta da idéia humana é a felicidade. Não importa quantas nuvens eu possa ter que dissipar no ano que começa: gente, por natureza, é sol, e eu quero viver esse lume.

Ana Jácomo



segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Para ti

Se eu não chegar a tempo
Se eu não resistir até o próximo dia
Se eu embarcar sem aviso
Seu eu tomar chá de sumiço
Guarde esse pequeno escrito
Que pode até não ser bonito
Mas que fiz pensando em você
Então, se eu desaparecer
Lembre de relê-lo sempre
Para não esquecer da gente
Para me manter viva em ti
Relembrar da forma que sorri
Enquanto te escrevia esse verso.

Cáh Morandi

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Oferta

Trago-te flores, velas perfumadas...
Trago taças, perfumes e iguarias...
Cordas de violino, melodias,
E promessas de horas sossegadas....

E bombons de licor, rosas beijadas...
Mascara de festim... Alegorias...
Delírios de nudez e fantasias
No rodopio das danças sagradas...

Eu trago o vinho numa ardente entrega....
- Esse sangue que das noites se rega
No estrondo colossal das alegrias...

E trago a jura de um olhar que espelha;
Um livro santo, uma flor de camélia...
...Trago-te estrelas, sonhos e poesias!


(Paulo Mauricio G. Silva)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Faz Frio

Faz frio na minha cama
Faz frio por todo o meu quarto
A lua some no horizonte
Estrelas fazem nuvens de cobertor
O mar parece um imenso iceberg
Na incerteza da chegada do amor
Olhares tristes
Corpos em noites desertas
Paisagens opacas
Almas congeladas e encobertas
Uma folha rola perdida
Pelo inverno
E um vento cortante entre montanhas
Deixa distante todo sonho de ser feliz
Um beijo que já não vem
O amor ficou perdido
No corpo quente de alguém
Hoje meu verso é perdido
A inspiração se acabou
Uma ultima estrela que no céu brilhava
Enfim se apagou.


Everson Russo