quarta-feira, 9 de setembro de 2009
Canção da Mulher que Escreve
Não perguntem pelo meu poema:
Nada sei do coração do pássaro
Que a música inflama.
Não queiram entender minhas palavras:
Não me dissequem, não segurem entre vidros
Essas canções, essas asas, essa névoa.
Não queiram me prender como a um inseto
No alfinete da interpretação:
Se não podem amar o meu poema, deixem
Que seja somente um poema.
(Nem eu ouso ergue-lo entre meus dedos e perturbar a sua liberdade)
Lya Luft
DIVINIZAÇÃO
Eu vou cantando aqui minhas canções
que são como resinas adoçadas
esmagachadas no correr da noite.
Vou apertando aqui os meus rosais
um meu amor e grande, em cada rosa,
um beijo meu em cada broto brando...
Eu vou cantando no correr da noite
uma cantiga por ninguém cantada...
(Pablo Neruda - do livro: O rio invisível)
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