terça-feira, 27 de julho de 2010

Azul!


Outrora, inda hoje,
Quando falávamos de amar,
Dos jeitos de amar,
Despertastes em mim o desejo,
Muito além do oceano pacifico,
Além das profundidades do mar,
Além das crateras dos vulcões,
Muito perto das sombras da lua,
Já ao raiar dessa tarde morna.

E navegando fui ao encontro teu,
Banhado no suor de minhas agruras,
Muito perto de minhas loucuras,
Sabedor que estava de minha espera,
No cais vazio de nossas almas ingênuas,
Passei pelo deserto de teu ventre alvo,
Na tentativa vã de alcançar-te um beijo,
Visto que ao tempo de hoje não era permitido,
Estagnaram-se nossas emoções febris.

Mas por nós choram os ventos da noite,
Que em açoite, uivam em nossos sonhos,
Prometendo para depois, ao raiar do dia,
Destravar a trava que nos prende agora,
Visto que queres e quero eu também,
Delirar de amor em tuas torres gêmeas,
Bebendo das fontes de tuas caatingas,
D’onde brota o mel de teu sabor fatal,
Na cor azul de um infinito amar!


Santaroza