quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Agosto, embrião de setembro


. dialogando com meu amigo poeta JL


O inverno também prepara a vida
que nascerá sobre a aridez do frio
Como se a rachadura fosse precisa
para brotar a semente do novo dia

Como se o futuro fosse a porta
para o passado renascer frondoso
carregado de esperanças e gozo

Virá outubro, e sem escolha
o calor do vento acenará
que em novembro, do alto dos arvoredos,
a vida clamará por frutos e novas folhas

Não se falará mais de manhãs gélidas,
e sim de nuvens lépidas, bem vindouras,
douradas pelo sol

Tudo retomará seu ciclo com o outono
para recomeçar a minguar
anunciando de novo o velho novo inverno

Haverá luz e sombra
onde já houve luz e sombra
sempre ...

E o gelado do peito
e o vazio das mãos
serão escalados por ti
pelo teu espírito missionário
à procura do calor e do preenchimento

Meu amigo, é quando não sabemos andar
que aprendemos a andar
É quando há o escuro
que buscamos por claridade

É quando sofremos que aprendemos a ser felizes!
Aprendemos o valor de ser feliz!

Não julgue estes versos conformistas, não são!
Antes, tome-os como alimento
para que do tormento brote o aprendizado
de todas as dores: o alento!

E entre os agostos do tempo
a primavera ao chegar trará a alegria dos pássaros
o verão, os dias de calor e chuva
neste antagonismo natural
que faz a vida!

E mesmo quando esta tiver se apagado
... enfim, é assim, é preciso ...
a roda da existência a trará de volta
com outros caminhos
com outros espinhos
e sorrisos ...

Mauro Veras