segunda-feira, 9 de novembro de 2009


"Imagino que sobre nós virá um céu
de espuma e que, de sol em sol,
uma nova língua nos fará dizer
o que a poeira da nossa boca adiada
soterrou já para lá da mão possível
onde cinzentos abandonamos a flor.

dizes: põe nos meus os teus dedos
e passemos os séculos sem rosto,
apaguemos de nossas casas o barulho
do tempo que ardeu sem luz.
sim, cria comigo esse silêncio
que nos faz nus e em nós acende
o lume das árvores de fruto.

diz-me que há ainda versos por escrever,
que sobra no mundo um dizer ainda puro."


Vasco Gato

A poesia mora
dentro de mim.
É como se ela
estivesse tatuada
Por debaixo de
minha pele...
Que se me virassem
pelo avesso,
Eu seria toda palavra,
Meu corpo um verso inteiro.


(Cáh Morandi)