sábado, 31 de julho de 2010

Sussurro


Aquiete-se para ouvir o silêncio;
a clorofila escorre pela haste,
a sombra e o sol ecoam um contraste
de quentes e frios na linha divisória.
Tente escutar a história da brisa
quando passa empurrando a bruma,
que,tola,embaça a púrpura da rosa.
Esta conta prosa de sacerdotisa.
Faça atenção ao momento de explosão
da metamorfose
que irrompe em grande dose
de véus e açúcares.
Sinta o cochilo dos nenúfares.
Se conseguir atingir
o ponto mais profundo da quietude,
vai poder ouvir o coração do colibrí.
Ele bate minúsculo num peito passarinho.
A Terra se mobiliza para entoar
uma sonata azul em homenagem
a esse músculo coberto de plumagem,
que tão pequenininho é tão capaz de amar.


Flora Figueiredo

terça-feira, 27 de julho de 2010

Azul!


Outrora, inda hoje,
Quando falávamos de amar,
Dos jeitos de amar,
Despertastes em mim o desejo,
Muito além do oceano pacifico,
Além das profundidades do mar,
Além das crateras dos vulcões,
Muito perto das sombras da lua,
Já ao raiar dessa tarde morna.

E navegando fui ao encontro teu,
Banhado no suor de minhas agruras,
Muito perto de minhas loucuras,
Sabedor que estava de minha espera,
No cais vazio de nossas almas ingênuas,
Passei pelo deserto de teu ventre alvo,
Na tentativa vã de alcançar-te um beijo,
Visto que ao tempo de hoje não era permitido,
Estagnaram-se nossas emoções febris.

Mas por nós choram os ventos da noite,
Que em açoite, uivam em nossos sonhos,
Prometendo para depois, ao raiar do dia,
Destravar a trava que nos prende agora,
Visto que queres e quero eu também,
Delirar de amor em tuas torres gêmeas,
Bebendo das fontes de tuas caatingas,
D’onde brota o mel de teu sabor fatal,
Na cor azul de um infinito amar!


Santaroza

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Almas


Sua alma poética se mesclou à minha...
transborda o teu excesso
e joga pelas pupilas o teu contentamento!
Meu olhar beira as estrelas
quando te vê chegar...
Há tanta emoção nesse reencontro
que anjos entoam hinos ao amor
E sons celestiais ecoam ao ar
embelezando o éter...
Almas poéticas, almas afins...
puros de sentimentos, bailam no céu!


Denise Flor ©

terça-feira, 20 de julho de 2010

O verdadeiro amigo


Palavras não descrevem
O valor de uma amizade
Quando este amigo
É um amigo de verdade

Amigo verdadeiro
É algo difícil de encontrar
É como procurar agulha no palheiro
Não é fácil de se achar.

É como um tesouro já falado
Que depois de encontrado
Vendemos tudo para cultivá-lo
É muito seguro procuramos guarda-lo

Temos muitas amizades
E devemos sempre mais conquistar
Porém a grande realidade
É que, com poucos destes iremos contar

Amizade se constrói ao longo do tempo
Nas variáveis dos momentos
E tem como fundamento o carinho
O respeito, o afeto, a confidencia
E sobretudo a certeza que não está sozinho


Ataíde Lemos

domingo, 18 de julho de 2010



“Todos os dias
o ciclo se repete,
às vezes com mais rapidez,
outras mais lentamente.
E eu me pergunto
se viver não será
essa espécie de ciranda
de sentimentos
que se sucedem e se sucedem
e deixam sempre sede no fim."
.

Caio Fernando Abreu

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Metades


Tua metade crava meu coração;
A outra metade, preenche de amor.
Uma metade me pinta de cor,
A outra metade é pura ilusão.

Tua metade; momentos de dor!...
A outra metade; linda canção!
Minha metade; pura solidão,
A outra metade; um verso, uma flor...

Minha metade se rende em prosa;
Uma metade de ti é cor-de-rosa!...
As duas metades; minha noite fria!...

Tua total metade é minha musa...
A outra metade; muito obtusa!
Uma metade de ti; noite vazia!...


Machado de Carlos

sábado, 10 de julho de 2010

'Tentativas"



Tentei ser porto seguro
mas fui barco à deriva
Tentei ser brisa suave
mas fui bruma espessa
e tempestade
Tentei ser lago cristalino
mas fui mar revolto
Tentei ser constelação
mas fui estrela cadente
Tentei ser inteira
mas fui apenas pedaços
Tentei viver em ti
mas apenas sobrevivi em mim
Vãs tentativas...


Alice Daniel

terça-feira, 6 de julho de 2010

Amar


Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados
desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada
nasceram sussurros
e palavras mudas que te dediquei...
O amor é quando a gente mora um no outro.

(Mário Quintana)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Selinho M@ria .......pegue o seu aqui !!

É com carinho que ofereço este selinho prá todos meus amigos, seguidores e todos que visitarem meu blog.


http://marialbozolipoesias.blogspot.com/