quinta-feira, 3 de junho de 2010

FLOR BRANCA


Que você nunca se aparte
Da delicada orquídea branca
Que traz em seus cabelos;
Pedra rara em jóia única.

Que você nunca ceife
Seus cabelos alongados
Que lhe cingem a cintura;
Mistério feminino do existir.

Que você nunca negue
Sua cintura às minhas mãos;
Elas ainda têm o brando perfume,
Da orquídea branca que lhe ofertei.

Que você nunca se aparte
Da imaculada orquídea branca
Que traz em seus cabelos;
Insígnia de meu devotamento.


Oswaldo Antônio Begiato

terça-feira, 1 de junho de 2010

Sombras...



Se queres-me conhecer...

Não fique-me procurando nas páginas passadas...

Não tente entre os meus amigos de mim saber...

Suas procuras serão em vão, não deixei rastros...

Se quiser saber quem eu sou, me busque nas sombras...

A minha sombra sabe todos os meus segredos...

Das minhas noites mal dormidas e das boêmias estendidas...

Sabe até o segredo dos meus sonhos...

Os amores e desamores do meu coração...

Ela conhece cada amanhecer da minha vida...

A minha sombra vai-lhe mostrar o caminho do meu coração...



Ernane Rezende

sábado, 29 de maio de 2010

Momentos



Pequenos pedaços
do tempo
pintam os quadros
da lembrança.

Fragmentos de vida,
bordados à mão,
desenham em nossa face
uma expressão...

Saudades de um tempo...
Ausência insubstituível...
Marcas de amor!
Sonhos que não vieram...


MAURICIO FREYESLEBEN

quinta-feira, 27 de maio de 2010

DEVANEIOS DA INSÔNIA


O que faz eterno o instante
em que você ressurge da noite
coroada a face de sorrisos
é o que me diz o amanhecer
dos lírios de como já nasci
de braços abertos.

Já falei a você das folhas que caíram
e do sofrimento levado pelo outono
deixado em cada sombra de seu rosto.

Já mostrei como do fruto renovado
o renascimento da vida é infinito
como o cio das cigarras é o destino
que se cumpre no silêncio da resina.

Você consome o canto e os sonhos
e os mistérios a esmo desvendados
e deixa esse sinal de impenetrável
ausência nas minhas mãos vazias...

Mas onde houver a paz dos rios
tangidos pelos caminhos bebidos
de minha boca, eu irei beirando
as margens inventariadas no rol
dos padecimentos...

Só me resta esperar que esta noite
você volte a embalar com beijos
meu sono perdido...


A. Estebanez

quarta-feira, 26 de maio de 2010

O gosto da Beleza em meu lábio descansa:


O gosto da Beleza em meu lábio descansa:
breve pólen que um vento próximo procura,
bravo mar de vitórias - ah, mas istmos de sal!

Eu - fantasma - que deixo os litorais humanos,
sinto o mundo chorar como em língua estrangeira:
eu sei de outra esperança: eu conheço outra dor.

Apenas alta noite algum radioso espelho
em sua lâmina reflete o que estou sendo.
E em meu assombro nem conheço o próprio olhar.

Alta é a alucinação da provada Beleza.
Pura e ardente, esta angústia. E perfeita, a agonia.
Eu, que a contemplo, vejo um fim que não tem fim.

Dunas da noite que se amontoam.


Cecilia Meireles

sábado, 22 de maio de 2010

Fuga de um beija-flor


delírios de um beija-flor, vida feliz,
acariciando num beijares tua formosa flor.
paixão: veracidade que eu sempre quis,
nas asas do tempo, pousar no teu amor:

a cada pétala viver teu seio a sorrir.
oh, minha doce amáda, livre da dor...,
eis que em teus sonhos ainda estou.

que nossa canção nunca chegue ao fim,
sempre afinada aos acordes do teu violão,
cheio de linhas, cheio de ondas, meu marfim.

ainda vôo na noite, nessa louca escuridão
buscando teu precioso néctar somente para mim,
e me delirar contigo, tu: meu sim e ... meu não!


Sergio, beija-flor-poeta

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Algum dia...



Amor, não lute para sair de mim,
Para eliminar-me da tua mente.
Só eu sei o que o meu coração sente!
— Tu és o meu Sol, o meu tudo, enfim!...

Hoje, a ausência é um mal necessário...
Serei algum dia a tua salvação;
Teu nome d´ouro, no meu dicionário,
de mansinho, faz brilhar meu coração.

Teu pulso, desordenadamente,
Não se preocupa com o tempo que é vão;
Assim estarei sempre em tua mente
Seguirei teus passos na escuridão.


Machado de Carlos

terça-feira, 18 de maio de 2010

Caravelas



Na ânsia de encontrar
alguém para se amar,
almas sofridas e solitárias
lançam o coração ao mar.

Na forma de caravelas
movidas ao sabor do vento
as vezes na calmaria,
outras, em meio ao tormento.

Navegam em busca do tesouro
que é um verdadeiro amor.
Mas nem sempre conseguem
e atracam no cais da ilusão e dor.

Marujos! como dizia Camões:
"Navegar é preciso"
Porém, se não aportam
na terra de amor prometida:

Levantem âncora e partam
continuem pelos mares a procurar,
pois o importante nessa busca:
é manter o coração a navegar!


Valter Montani

domingo, 16 de maio de 2010

PAIXÃO


quando vier traga suas imperfeições,
seus defeitos,
traga você nua de proteções...
venha você
como é!
venha bem humana...
vou reconhecer seu cheiro...
e suas manias...
e eu com mania de lhe fazer bem
minhas mãos a seu comando
minhas graças
à suas investidas
ria comigo...
Deixa eu achar que não há nada
mais parecido com o céu
senão sua presença feminina...
Sua suavidade de pele
seus barulhos
tudo tão meu...
tão meu...
faça silêncio tudo mais...
que é tão bom
achar que quase tudo em mim é só coração !

Lupi

sexta-feira, 14 de maio de 2010

AMOR MEU


Desperta amor e me ouve!
O que soa bem longe...
É o vento sussurrando nas vidraças
as promessas do amor alvissareiro.

Não tenhas medo do escuro,
Nem das folhas mortas.
A natureza as ressuscita,
em seu ventre terra,
e as devolve ao coração do homem,
mesmo que ele tenha se cansado de esperar.

Há que se abrir os olhos e ver
os novos brotos surgindo
em mais um espetáculo de cor e vida.

Isso que soa bem longe amor,
o vento batendo nas vidraças,
sou eu chegando,
para alegrar teu pássaro.

Corre à vinha,
amassa as uvas
e recompõe o vinho,
que a chuva vem chegando.
E com ela, o amor
a ser brindado
com o mais doce enlevo.
Amor meu, desperta!


Guida Linhares

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Saudade Eterna


Tu és a minha saudade!... - a minha rima!
Sofremos!...Estamos entre os mortais;
O tempo nos mata nas horas tais;
Nosso amor de eras sempre será sina!...

Enfim, nesta vida encontrei-te menina!
Não quero perde-la nunca mais!
Teu perfume está nos meus portais!
- Preciso de ti nesta berlinda!

Assim são os desígnios da natureza;
Mas tua ausência toca minha cabeça
Teu coração sabe o que estou sentindo...

Urge, nosso encontro sem alarde.
Não importa o tempo. Cedo ou muito tarde
Não sai da mente a tua imagem, sorrindo!...


Machado de Carlos

terça-feira, 11 de maio de 2010

Doce Sintonia...


Juntos nós estamos
descobrindo os mistérios
desse sentimento
que arrebata o coração
nos toma por inteiro...
Inicialmente era um elo
afinidade nos prendendo
numa estranha e doce sintonia
que só existe entre almas
que se amam e há muito
juntas caminham...
Hoje sinto-me envolto nessa magia
fico extasiado...
E quanto mais procuro entender...
menos entendo...
E quando vejo sinto o quanto
meu coração está loucamente
apaixonado por você!


(Julian)

sábado, 8 de maio de 2010

SER MÃE


Ser mãe é muito mais que o dom sagrado
De gerar,de parir,de dar a luz.
E a leveza desse nome sempre induz
A um mundo de entrega e de cuidado

Ser mãe é estar perto, estar ao lado
É ser ombro, ser amparo, ser luz.
É um ser guia de um destino que conduz
A um mundo de amor inexplorado.

Tem mãe que é avó ou outro alguém
Que ao querer dividir o amor que tem
Se entrega à grandeza da adoção.

E neste gesto há por certo tanto brilho
Que ali pouco importa se seu filho
Foi gerado no útero ou no coração.


Jenário de Fátima

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Viração


Voa um par de andorinhas, fazendo verão.
E vem uma vontade de rasgar velhas cartas,
velhos poemas, velhas contas recebidas.
Vontade de mudar de camisa,
por fora e por dentro... vontade...
Para quê esse pudor de certas palavras?...
Vontade de amar, simplesmente.


(Mário Quintana)

quinta-feira, 6 de maio de 2010

FLOR-DE-MAIO


Na minha terra
onde, em dezembro,
as uvas se despertam princesas,
amanhadas que são pelas manhãs,
o céu de maio,
embriagado que é pelas transparências,
volta a ser príncipe de um reino
imaculadamente azul.

Todos meus tormentos e turbilhões
transmudam-se em contemplações
e olhares serenos,
na direção sul;
céu de brigadeiro
toma-me nos meus infinitos,
por inteiro,
e me faz nascer asas
em forma de triângulos escalenos.
Eu vôo. Vôo extasiado.

Coisa linda!
Coisa linda como lindas
são todas as coisas de maio;
especialmente a flor.


Oswaldo Antônio Begiato

terça-feira, 4 de maio de 2010

CAMINHOS


Caminharei pela noite adentro
por caminhos desconhecidos
trilhas sinuosas,
vielas escuras,
becos sem saída...
Sigo andando sem rumo
permitindo que meus pés me levem...
Meu coração reclama baixinho
me pedindo pra escutá-lo
pra ele poder guiar-me
pelos caminhos seguros,
com passos firmes e sem medo...
Num momento de lucidez
deixo-me levar pelo seu apelo
confiando a ele meu destino...
Ele me guiou,
e me levou até voce,
gesto doce de carinho...
E assim fomos abençoados
nossos corações selados
sob o céu que nos protege!


Denise Flor ©

domingo, 2 de maio de 2010

Como pintar o sol todas as manhãs


Como pintar o sol todas as manhãs
no jardim onde florescem os lírios
se tenho as mãos vazias
de certezas
e de versos?

Sonho, tão-somente, versos obscuros,
versos lua nova.
Não versos quarto crescente
- a aspergir luar -
acalentados pelo som das harpas
dos anjos com brilhos de mistério
e asas de papel.

Papel de seda... de seda
para vestir e amaciar o tempo
de pintar o sol no tempo dos lírios.

Amaciar o tempo das mãos vazias
e da tristeza à flor da pele.

Maripa

sábado, 1 de maio de 2010

Trago-te flores


As flores que trago hoje
Colhi ao longo do caminho
Algumas vieram de minhas lágrimas
Outras o vento as trouxe sorrindo

Receba-as com alegria
Pois nem uma, com o tempo se perderá
Serão para ti muito mais que um carinho
Perfumei-as com amor antes de lhes entregar

Saiba... Tudo que vivi e senti
Nenhum caminho foi inútil ou em vão
Em todos os momentos, circunstâncias
Plantaram flores em meu coração

Hoje sigo caminho, muito mais serena
Muito mais plena
Levo comigo apenas uma certeza
O melhor de Deus ainda está por vir!


(Arnalda Rabelo)

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sou liberdade... Sou brisa... Sou carícia...


Sou livre, livre pra sempre.
Não tenho mais, meu coração partido,
Não tenho mais, a dor do amor perdido.
Sou liberdade, solta como as nuvens.
Posso repousar, posso voar quando quiser.
Sou livre, me despi dos meus medos,
Me livrei dos fantasmas,
Me livrei das culpas.
Tirei a máscara da ironia,
Sou um ser melhor, maior.
Sou livre pra sorrir, e pra ser feliz.
Vou colorir meu mundo, com as cores
mais lindas e vivas que encontrar.
Vou alar meu coração, pra que busque
ele próprio a emoção.
Vou dar liberdade aos meus olhos,
pra que busquem as maravilhas.
Meus lábios libertos, dirão poesias.
Minha voz, cantará as mais lindas melodias.
Sou liberdade, sou brisa, sou carícia.
Sou um ser livre, encontrei o paraíso!

(Ceci Poeta)

quinta-feira, 29 de abril de 2010

QUEM SOU EU?A SAUDADE?


Sou o momento que o orvalho deixa de namorar a flor
e se torna apenas mais uma gota do rio...
As marcas dos dedos femininos
deixadas na umidade da taça de vinho vazia;
O consentimento perdido do beijo esperado;
A despedida do telefonema desejado
em que não se diz nem se ouve as palavras
Imaginadas...
A adolescência que me abandonou
deixando aqui maduro um corpo
que sabe de cor as cambalhotas
e aventuras tantas
mas que não se atreve mais aos riscos...

Mas sou também o cheiro que sua nuca deixou em minhas mãos...
Sou a esquina que dobra a rua
Que me leva ao quarto
Que me leva ao canto
Que acende o abajur
Que abre o caderno
Que cheira a mão esquerda
E escreve com a direita
Como foi bonito de se ver o momento exato
em que a lua de hoje já apareceu atrevida como nunca...


Lupi - Luciano Lopes

terça-feira, 27 de abril de 2010

Prelúdio

.
Lembro-me de vê-lo, numa noite ardente,
Onde uma festa acontecia, sons ruidosos
Ao longe eu o via com alguém, risos radiosos
E essa imagem viva ficou em minha mente.
.
Hoje torno a vê-lo, seu olhar dolente
Lábios que se abrem, lembram frutos saborosos;
Um amor, um desejo de muitos beijos vigorosos,
Ser a única mulher que ele veja à sua frente.
.
Que esta lua seja testemunha desse amor,
Com cenário perfeito de um conto de fadas
Onde me atiro, já sem nenhum temor.
.
É uma visão do meu sonho, desejo e clamor
Que à noite cintila e nos põe a uma rodada,
Fazendo meu corpo ser riso e tremor.
.

Betania Uchoa

domingo, 25 de abril de 2010

carinhos alados


as tuas curvas são melodias sonóricas
que esse meu coração oscila ao pulsar
e a invandir sensualmente as bocólicas
notas musicais pautadas no doce amar

despetalado e nos enchendo de glórias
semeadas pelo teu amor a me sussurrar
palavrões diatônicos mudando a história
de nossas vidas velejadas na brisa-mar

causando ciúmes amádos, despetalados
os seios da rosa espinhando o meu amor
totalmente sangrado, terno e desarmado


pelas operetas e pelos carinhos néctados
nos beijos roubados pelo cisne, beija-flor
Eu velejo tuas ondas. Eu, teu cavalo alado.


Sérgio, Beija-flor-poeta

sábado, 24 de abril de 2010

QUERO-TE


Quero-te no amor desmedido da paixão adolescente,
De desejo incoerente e desconexo, sem causa e razão.
Em devaneios insensatos e delirantes da vontade fugaz,
Sem o receio capaz de culpa, na inocência da emoção.

Desejo-te sem controle absoluto da lógica adequada,
Sem medida conhecida, desatinado sem pretexto.
Na coerência ilógica e descabida do dilúvio delirante,
Sem o medo da sorte, amando-te no meu contexto.

Por ti sou irresponsável e extravagante como o sentimento,
Arrebatador como o tormento e exótico como o sonho.
Na excentricidade ajustada e exagerada do reino eterno,
Sem a temeridade do inverno, amar-te-ei indelevelmente.


(Daez Savó)

quinta-feira, 22 de abril de 2010

"ACALENTO"



Eu só queria um ombro para encostar e dizer a
falta que o Ser Humano me faz,
Eu só queria me acomodar em um colo,
e sentir o calor do amor,
assim como o corpo é aquecido
quando exposto ao raio do sol.

Eu só queria não ser tão ausente
no coração de tanta gente...
Eu queria quase nada...
Tão pouco o que eu queria...

Queria compreensão, ternura e um pouco de razão,
Queria um sorriso gostoso despretensioso,
Um abraço doado, apertado, sensibilizado.
Um Te amo de coração...

Queria ganhar um pouquinho de algum chão,
sem poeiras da imaginação.
Queria continuar a acreditar que pessoas
ainda são capazes de se doar.

Eu só queria dentro do mundo com tanta gente ,
Ter o imenso prazer, de pelo menos à alguém dizer:
Por ti vale todo meu viver!
Eu, Simplesmente queria...
Eu só queria...


(Cora Maria}

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Aquarela azul


Pousada sobre a flor,
frágil e bela em demasia!
Tão diáfana que não se sabia,
o que era borboleta, flor...
ou se era só poesia!
 
Tremem as pétalas lilases
ao vento breve.
Fremem as asas anis
à brisa leve.
 
E há um céu sem nuvens
no olhar do poeta,
entre o azul das asas
e o azul da pétala.
 

Lenise Marques

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Das Rosas...

Brindemos, todas as manhãs,
meu amor, com um tilintar de rosas,
ora brancas, ora carmim,
ora singelamente rosa.
Que símbolos melhor alinhavados
Para o bordado do amor
Poderia no mundo haver
Que os motivos da rosa:
Cor em choque, rubros beijos,
Alvos, raros pássaros
Que às vezes pousam em meu jardim.
Que outras formas mais completamente
Revelariam o que sentimos, este amor
Em cores tantas, em múltiplas instâncias:
Rosa dos ventos em caprichos de lua
Ora a negar-nos, ora a nos conceder
Por inteiro o seu perfume, a sua face.
Brindemos, pois, amantes,
Com o mais fino licor das rosas,
Tão finitas & sempre vivas,
Tão óbvias & super novas,
Tão dolorosamente espinho
E ainda amorosamente rosas:
Eis o amor
Em sua mais irretocável metáfora –
O resto são prosas.


© Fernando Campanella

domingo, 18 de abril de 2010

A Senha



A vida
Um enorme jardim
Regado com os sonhos
E inconstâncias sem fim
Espinhos, sim
Compensados pela beleza
No topo da haste, as rosas,
Delicadas em sua riqueza
Frágeis nas duras tempestades
Lírico em suas alacridades
É o tempo fazendo oportunidade
É a magia da diversidade
Digitando segredos
Agarrando entre os dedos
O fio do amor e honestidade
Para só assim neste jardim
O sol brilhar de verdade...
É a senha.


Luciano Spagnol

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Pele!


Flores rosa de paineira
Cobria a relva qual tapete
E no contraste da tarde morna
Tu te aninhavas em meus braços
E quem nos visse veria um só
Tua pele de seda branca avermelhava-se
Quando de encontro á minha que te buscava
Nossa nudez não tinha acanhamento
Pois estávamos vestidos de nosso amor
E o tempo que nos esperasse
Pois aquele momento para nós era eterno
E a única coisa que nos importava
Era o contato de nossas peles
Todo o mais não fazia sentido!


Santaroza

Como uma luz ou
como uma dança,
entrego-me às possibilidades,
à urgência da vida,
à violência do medo,
à loucura do tempo.
E, como os deuses, fico
colhendo surpresas...
colecionando caminhos...
arquivando enganos.

Me Armo e me Equivoco.


Apolinário Ternes

sábado, 10 de abril de 2010

A Essência da Inocência



O nascer do sol
Tocando montanhas
E o alto mar
O espalhar das estrelas
Que flutuam no céu
E bailam no ar
O rompimento do botão
Que sem saber de cor
Vira a mais bela flor
A quebra do casulo
Que protegia o seu coração
E você descobrindo o amor
A toalha que cai
Descobrindo seus medos
E você menina lua
Ficando na luz da madrugada
Completamente nua
A primeira letra
Que compõe a canção
A primeira nota
Que inspira seu coração
A pontuação da poesia
Nosso caminhar noturno
Quando nos beijamos
Sob a chuva fria
A essência da inocência
Pássaro que voa baixinho
Falando ao seu ouvido
Meu amor você é meu único caminho
Luz do oriente
É escuridão no ocidente
Quanto mais eu te amo
Mais e mais eu te amarei
E isso faz da nossa essência
Um toque de paixão inocente
Que é o toque da chuva na janela
Pra saudar a sua alma
Que em meu olhar se faz presente.


Everson Russo