quinta-feira, 5 de novembro de 2009


"Meu coração é um entardecer de verão,
numa cidadezinha à beira-mar.
A brisa sopra, saiu a primeira estrela.
Há moças na janela, rapazes pela praça,
tules violetas sobre os montes onde o sol se pôs.
A lua cheia brotou do mar.
Os apaixonados suspiram.
E se apaixonam ainda mais."


_Caio Fernando de Abreu_

Saudade de ti...


mudei o gosto
mudei a idade
mudei o rosto
da identidade

mudei de teto
troquei de rua
fui para perto
do fim da lua

mudei o amor
dentro de mim
troquei de flor
do meu jardim

troquei de tudo
mudo eu fiquei
só por vaidade
só não troquei
foi de saudade

Afonso Estebanez

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

AMO-TE ...


Amo-te tanto
e em mim me perco
Amo-te do meu jeito
Pelo momento anseio
Em encontrar-te a sós...

E marejados
Nossos olhos se encantem
Minha alma falará por nós ...

E...
Ainda que estejas longe
E meu coração bata forte
Na ausência do querer
Sei que fatalmente
Iremos nos envolver
E emoções viver enfim
Porque na realidade
És metade de mim
Sou tão tua
És tão meu
Que mesmo distante
Aspiro o perfume teu ...


Iveti Specorte

Florescencia


Dei-te a flor do meu amor
Rosa branca,pura,discreta
Espinhos que nem feriam,
tão decorosos...

Deste-me a flor do teu amor
rosa rubra,vibrante,incerta
Espinhos que agrediam,
tão dolorosos...

Misturamos nossas flores
Começamos um jardim.


-Helena Frontini-

Solidão de ti


O sol brilha
fumegante lá fora
dentro de mim, chove
uma chuva fria...
Transborda em minha alma
uma solidão, densa de ti...
Silenciosa, se enleia
nas fendas da saudade
inunda meu coração
nubla de tristeza
o meu olhar...


(Van Albuquerque)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Venham buscar um carinho




"Compartilho esse sêlo a todos os meus seguidores
E a quem vier visitar-me. Espalhando meu carinho e amizade.


M@ria

Deixe-me ir


Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer
Quero viver...
Deixe-me ir
Preciso andar
Vou por aí a procurar
Rir prá não chorar...
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar...


(Candeia)

Menina


Sou menina levada,
ingênua e atrevida!
Mas, quando amada,
sou mulher liberta...
Dengosa ou bandida!
Dócil, como uma ave
mansa engaiolada
ou cruel e traiçoeira
serpente atiçada!

Sou a chama inútil da vela
que tenta em vão clarear o dia
e o medo na noite sombria.
Sou a alegria da chegada
ou a triste despedida...

Sou o calor que nasce com o sol
ou chuva, trazendo o frio.
Branda, como a calmaria do lago
ou feroz como o mar bravio!

Sou bondade, quando preciso
ou maldade, se ferida!
Sou o sorriso na face bela
ou a lágrima maldita!
Sou a lembrança do passado,
_ Sou a esperança perdida!...

(Ginna Gaiotti®)

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Perfume de você


Um fascínio misterioso
Sensações nem sei de quê,
É poesia, é doçura,
Nenhum sabor de amargura,
É o perfume de você...

Um enigma a desvendar,
Sua chegada antevê...
Antecipa as delícias
De suas fatais carícias
O perfume de você...

Um mistério que arrebata,
Quando a gente se revê...
Mesmo após remir a chama,
Permanece em nossa cama,
O perfume de você...

Delicado e colorido
Como as flores num buquê,
Companheiro de verdade,
Em presença ou na saudade,
É o perfume de você...

Eternamente, a exalar
O amor que a gente crê...
Inebriante como agora,
Sentirei na vida afora,
O perfume de você!


Oriza Martins

No inverso, Poetisa.


Eu quero então,
Inverter o verso...
E no reverso,
Entender você.

E ver no verso,
Um conto seu
E no seu reverso,
Encontrar o meu.

Eu quero então,
Poetizar a vida...
Vivendo as rimas,
Revertida em ti.

Só quero isso!
Entender o dito...
Que eu pratico,
E você não vê.

Amor meu...



”Catarino Salvador“.

O mundo é grande
O mundo é grande e cabe
nesta janela sobre o mar.
O mar é grande e cabe
na cama e no colchão de amar.
O amor é grande e cabe
no breve espaço de beijar.


(Carlos Drummond)

Não se vá de mim


Nos labirintos da vida
briguei com o destino
tracei novos caminhos
tentando um dia
te encontrar

Quero em seus braços
viver meus sonhos
adormecer o cansaço
dessa espera solitária
que até hoje vivi

Não se vá de mim
tua ausência machuca
sinto falta de você..

Deixe-me aconchegar
dentro do teu coração
todo o meu carinho
todo o meu amor

Sem ti sinto explodir
no peito uma dor sem cor
na boca o sabor amargo
da saudade me sufoca
um sussurro rouco
do amor chega devagar
e toma conta de mim


(Van Albuquerque)

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

A rosa


Quero lhe dar-lhe a rosa
Mais bela...
Aberta com suas pétalas
Em primavera
O beijo mais doce
Favo de mel colhido
Nos meus lábios de abelha rainha
Entregar meus pensamentos
Carregados de melodias
Pelas minhas mãos de poeta
Nos abraços que lhe darei
Farei laços de fita
Enfeitando nosso elo amor
Transforma-me em estrela
E brilhar nos teus olhos
À luz do luar
Meu amor...Inocente
Como alma de menina
Vestes de boneca
Com alinhavo de mulher


Elisa César

Direi


"... foi um dia assim, leve como o soprar
das folhas ao vento... e direi dos ventos
e das folhas e direi sempre o que nos rodeava...
Direi até das tormentas que em meio a noite,
sobressaltada no meu colo se aninhava...
Direi do tédio que nos apanhava,
um longe do outro, essa vontade de se devorar
que da alma se apossava... direi sim das coisas boas
e das que achavamos ruins... delas ao findar de tudo
se traduziam em amor, porque sempre foi amor o que nos unia...
Direi tanto que te amo e que sempre te amarei, não direi por
certo que te amava, se esse tempo nunca conjuguei...
Direi sempre em qualquer forma de poesia,
nela você estará como brilho na luz do meu dia..."


Arruda Bonfáh

Pedras Antárticas


Ali termina tudo
e não termina:
ali começa tudo
se despedem os rios no gelo,
o ar se há casado com a neve,
não há ruas nem cavalos
e o único edifício
o construiu a pedra.
Ninguém habita o castelo
nem as almas perdidas
que frio e vento frio
amedrontaram:
é sozinha ali a solidão do mundo,
e por isso a pedra
se fez música,
elevou suas delgadas estaturas,
se levantou para gritar ou cantar,
porém ficou muda.
Só o vento,
o açoite
do Pólo Sul que assobia,
só o vazio branco
e um som de pássaro de chuva
sobre o castelo da solidão.


Pablo Neruda

Amantes das poesias!


Carrega dentro do coração.
Todos os versos e poemas.
Os olhos ávidos e atentos!
Percorrem detalhadamente as palavras.
A retina fotografando cada poesia.
Que saíram do fundo da alma!
Dos poetas e poetisas!
Que no momento de inspiração...
Colocou toda Sensibilidade,
E sentimentos...
E expressaram as mais lindas,
Frases de amor
Os amantes das poesias.
Divulgam nas mais lindas.
Montagem e formatações!
Essas verdadeiras obras-primas!


Ernane Rezende

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Venham buscar um carinho



"Compartilho esse sêlo recebido de “MY Jardin de Premios” a todos os meus seguidores
E a quem vier visitar-me. Espalhando meu carinho e amizade.


M@ria

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Arco íris da vida...


Se eu quiser que o céu seja cor de rosa
Vou morrer querendo
Não entendo,o céu é meu
É da cor que estou vendo

A rosa...não tem que ser cor de rosa
Pode ser vermelha,amarela ou branca
Não importa a cor...ela é bela
Perfuma e encanta

O sol então é amarelo?
No meu olhar,é da cor que eu quero
Pode ser um erro de cálculo
Com ou sem cor,é um grande espetáculo

O mar que cor será?
Azul,verde ou vermelho?
Guarda tantos mistérios
Pode ser amarelo

O luar...que belo luar
Em cada fase que está
O luar é dos apaixonados
Quando olha pra mim
Sua cor é carmim

O amor é incolor,você escolhe a cor
O meu tem cor desconhecida
Vou pintar o meu amor
Com a cor mágica da vida


Marisa de Medeiros

Sonata a quatro mãos...


Um dia o amor,
em meu coração chegou
Fez-se alegria,fez-se morada,
fez-se senhor.
Despertou o beija-flor,
desabrochou a primeira flor.
Era uma linda sonata,
tocada a quatro mãos
Mas surgiu o ciume,
que o amedrontou
E fez com que meus sonhos
desmoronassem.
Inseguro, frágil e indefeso
Meu coração chorou.
Minha sonata acabou
Restando-me a saudade
Que canta uma canção de mágoa
que se traduz em tristes pingos
d'água.


Clicia Pavan

Posso escrever os versos mais tristes esta noite


Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Escrever, por exemplo: "A noite está estrelada,
e tiritam, azuis, os astros lá ao longe".
O vento da noite gira no céu e canta.

Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Eu amei-a e por vezes ela também me amou.
Em noites como esta tive-a em meus braços.
Beijei-a tantas vezes sob o céu infinito.

Ela amou-me, por vezes eu também a amava.
Como não ter amado os seus grandes olhos fixos.
Posso escrever os versos mais tristes esta noite.
Pensar que não a tenho. Sentir que já a perdi.

Ouvir a noite imensa, mais imensa sem ela.
E o verso cai na alma como no pasto o orvalho.
Importa lá que o meu amor não pudesse guardá-la.
A noite está estrelada e ela não está comigo.

Isso é tudo. Ao longe alguém canta. Ao longe.
A minha alma não se contenta com havê-la perdido.
Como para chegá-la a mim o meu olhar procura-a.
O meu coração procura-a, ela não está comigo.

A mesma noite que faz branquejar as mesmas árvores.
Nós dois, os de então, já não somos os mesmos.
Já não a amo, é verdade, mas tanto que a amei.
Esta voz buscava o vento para tocar-lhe o ouvido.

De outro. Será de outro. Como antes dos meus beijos.
A voz, o corpo claro. Os seus olhos infinitos.
Já não a amo, é verdade, mas talvez a ame ainda.
É tão curto o amor, tão longo o esquecimento.

Porque em noites como esta tive-a em meus braços,
a minha alma não se contenta por havê-la perdido.
Embora seja a última dor que ela me causa,
e estes sejam os últimos versos que lhe escrevo.


Pablo Neruda

domingo, 25 de outubro de 2009

A Razão do Poema


Do que é feito o poema?
Barro de essência invisível?
Nuvem de tons arcoirizados?
Elementos dispersos,
Pelo poeta magnetizados?
Ou densa identidade
de expressão incontida?
O poema é amante,
Sentimento levitante
Viagem santa e atrevida
Pulso de um sonho em prece
Aborto, parto, nascente.
O poema é só palavra
E o poeta: inconseqüente...


Eurídice Hespanhol

O Ramo de Flores do Museu, 2


Que fantasmas lerão, nas incolores
pétalas, as mensagens não aceitas
em nítidos momentos anteriores?
Que fantasmas verão a vossa airosa
figura erguendo as claras mãos desfeitas,
noutro império, a uma luz mais gloriosa?
Ó cinérea Princesa, é muito densa
do mundo humano a trama das neblinas…
A floresta do absurdo é negra, é imensa,
e as sibilas se escondem, repentinas.
Crepitam os junquilhos e as boninas
a um vento secular de indiferença.
Mas, entre vãs paredes vespertinas,
o ramo existe, sem que a morte o vença.


Cecília Meireles

sábado, 24 de outubro de 2009

Romance ingénuo de duas linhas paralelas


Duas linhas paralelas
muito paralelamente
iam passando entre estrelas
fazendo o que estava escrito:
caminhando eternamente
de infinito a infinito.

Seguiam-se passo a passo
exactas e sempre a par
pois só num ponto do espaço
que ninguém sabe onde é
se podiam encontrar
falar e tomar café.

Mas farta de andar sozinha
uma delas certo dia
voltou-se para a outra linha
sorriu-lhe e disse-lhe assim:
«Deixa lá a geometria
e anda aqui para o pé de mim...»

Diz a outra: « Nem pensar!
Mas que falta de respeito!
se quisermos lá chegar
temos de ir devagarinho
andando sempre a direito
cada qual no seu caminho!»

Não se dando por achada
fica na sua a primeira
e sorrindo amalandrada
pela calada, em um grito
deita a mãozinha matreira
puxa para si o infinito.

E com ele ali à frente
as duas a murmurar
olharam-se docemente
e sem fazerem perguntas
puseram-se a namorar
seguiram as duas juntas.

Assim nestas poucas linhas
fica uma estória banal
com linhas e entrelinhas,
e uma moral convergente:
o infinito afinal
fica aqui ao pé da gente.


JOSÉ FANHA

Poema-Oração


A todos os ventos
eu peço coragem.
A cada estrela e estrada
Ao mar que não morre nunca
eu peço coragem.
E ao sol e à lua
E a todo o firmamento.
A cada pássaro
A cada pedra
A cada bicho da terra e do ar
Peço coragem a tudo o que vive agora
E ainda viverá
Coragem para cavalgar os dias
Navegar nas horas
E a cada minuto e segundo sonhar.


(Roseana Murray)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

SE


se por acaso
a gente se cruzasse
ia ser um caso sério
você ia rir até amanhecer
eu ia ir até acontecer
de dia um improviso
de noite uma farra
a gente ia viver
com garra


eu ia tirar de ouvido
todos os sentidos
ia ser tão divertido
tocar um solo em dueto


ia ser um riso
ia ser um gozo
ia ser todo dia
a mesma folia
até deixar de ser poesia
e virar tédio
e nem o meu melhor vestido
era remédio


daí vá ficando por aí
eu vou ficando por aqui
evitando
desviando
sempre pensando
se por acaso
a gente se cruzasse...


Alice Ruiz

SUAVE


como pura seda,
colo leve pluma,
úmida bruma,
passos macios.
enreda, intriga,
mistério, enigma.
queima tal urtiga.
estranho paradgma.
em forma de mulher.
gestos amenos,
porte pleno.
doces acenos
distantes.
instante de calma;
lava a alma,
enxuga os olhos.
e me diz desconexa:
-não sei porque venho...
mil razões tenho,
um sentimento solitário;
latente, saltando do peito.
que tomou conta de mim.
dura eras, ano.
vai ouvir sempre assim:
vem...
fica;
só porque te amo...


gustavo Drummond

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Garimpar poético


Não esqueças, amada:
A poesia, como o oxigênio,
Está em toda parte.
- É só captá-la
Nas cores, nos sons
E no ritmo constante
Da vida circunjacente.
Não sejamos rígidos
Ao moldar o amálgama
Dos nossos desejos.
Concretiza o abstrato
Com a alquimia da doçura
Na medida certa.


João de Souza Machado

Retalhos


Uni os pedaços de minha existência
e fiz uma colcha de retalhos.
Engraçado ver como
até os momentos mais tristes
contribuem para a beleza da obra...

Minha colcha não poderia ter
somente as cores do amor
porque eu também conheci a dor...

Não poderia ter
somente a alegria dos amigos
porque, em algum lugar,
há de ter alguém que não goste de mim...

Não poderia ter
somente a estampa dos sorrisos que provoquei
porque sei que lágrimas também deixei...

É com ela que me cubro
quando sinto a tristeza chegar.
É ela que sempre afasta o meu pesar...

É quem me traz lembranças do que vivi,
me acolhe, em seu doce aconchego,
e me mostra o muito que ainda tenho a caminhar.

E o melhor
é que ela ainda não chegou ao fim.
Não dei o arremate final desta minha biografia.
Continuo unindo retalhos,
costurando pedaços de mim...


Georgea Fontes

Perdidamente...Ser Poeta


Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhas de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!


Florbela Espanca

SER POETA


É derramar sua emoção na tela,
É saber que será incompleta,
É chorar na solidão da espera,
É amar mesmo que nada encontre
Para lhe oferecer felicidade bela.

Ser Poeta
É olhar as pessoas com a alma,
É se entregar ao amor com calma,
É ser maior do que a vida dá,
É olhar chorando o que não
Entende e sempre perdoar.

Ser Poeta
É possuir serenidade e beleza,
É amar a natureza,
É se doar por inteira,
É ter a alma repleta de pureza.

Ser Poeta
É ser maior do que menor recebe,
É saber conviver com o nada,
É mostrar sua nudez com graça,
É encontrar o amor na solidão da alma.


MÁRCIA ROCHA