terça-feira, 4 de agosto de 2009

Oceanos



Pelas enseadas remotas de meu ser
Nos oceanos internos de mim
Navegam belas e transparentes naus
Por mares e horizontes sem fim.

Na caravela translúcida sobre as ondas
Sobre o tombadilho, olhos na imensidão
Velas ao vento, busco a terra prometida
Eu continente, minha alma feito chão.

Após anos e anos de marítima procura
Enfim a descoberta, com imensa surpresa
Mas também com certa dose de ternura:

De que não sou ilha, istmo ou continente
Mas sim a pequena menina, só, na praia
Caminhando descalça ao sol poente.

Lenise Marques

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