segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Ar


Perfumes me recordam flores com
Aromas crocantes aos sabores agridoces
Hora do Ângelus que me lembra Shubert,
No primeiro abandono no velho internato.
Percebo que as abelhas em coro afinado,
Festejam a partida do sol na vertical,
Quando de lado posso estar deitado.
Relva, ou grama, entre trigais e girassóis,
Percebo em mim pinturas novas de Dali.
Traços de completo equilíbrio se fixam
Entre meu corpo e minha semente.
Preferências que até hoje não discuto.
Mas sinto sufoco de tantas perguntas.
E em grandes saltos entre um verso e outro,
Procuro ar na solidão que me recolhe.

Jaak Bosmans

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