quarta-feira, 30 de junho de 2010

Diálogo


— E você, por que desvia o olhar?
Porque eu tenho medo de altura.
Tenho medo de cair para dentro de você.
Há nos seus olhos castanhos,
certos desenhos , que me lembram montanhas,
cordilheiras vistas do alto, em miniatura.
Então, eu desvio os meus olhos,
para amarrá-los em qualquer pedra no chão,
e me salvar do amor.
Mas hoje, não encontraram pedra.
Encontraram flor.
E eu me agarrei às pétalas o mais que pude,
sem sequer perceber, que estava plantada
num desses abismos, dentro dos seus olhos.
— Ah! Porque eu sou tímida.


Rita Apoena

15 comentários:

Unknown disse...

"Se chorares porque não consegues ver o sol, as tuas lágrimas impedir-te-ão de ver as estrelas."

Tagore

Paz & Amor e poesia na sua noite___Maria

Terê. disse...

ah!porque eu sou timida,disse tudo,beijos tere.

Machado de Carlos disse...

Sentiremos Saudades! Volte Logo!

6:57 PM

Tatiana Aguilera disse...

María, siempre nos entregas bellos poemas en tu Blog.

♥ Sussy* Alvarez disse...

Seu poema é bonito era uma delícia de ler
e seu blog é lindo, foi um prazer visitar-te um beijo de despedida.

Anônimo disse...

bellisimo tema, me encantó
besos

EDUARDO POISL disse...

Cada dia esta mais lindo teu blogger.

Abraços

Anônimo disse...

Vislumbro em silêncio a linha do mar...
Se asa tivesse, iria estar, contigo além!
Lá, junto do amor, para sempre amar,
Dar voltas ao mundo e trazê-lo também...

UMA BO@ T@RDE M@RIA!!!!

Saozita disse...

Querida amiga, que lindo poema, não conhecia esta autora, adorei, foi uma excelente escolha, parabéns. Os olhos, dizem muitas vezes, o que a garganta embarga e não consegue. A expressão do olhar pode trair-nos e revelar nossos profundos segredos.

Tem uma bom dia minha querida amiga e recebe um beijinho com amizade.

Sonhadora (Rosa Maria) disse...

Minha querida Maria
Lindo poema.
Deixo um beijinho
Sonhadora

Jorge Manuel Brasil Mesquita disse...

Agarrei-me ao tempo
para desfazer o ciúme
que queima o pensamento
Acendi a luz do lume
que vibra por dentro do vento
o húmus do estrume
e reconverte todo o tormento
em flores de beleza
e inventa as festas da ternura
à fluidez da minha natureza
para acabar com a secura
que é esta amargura
de ser a voz da tristeza.
Jorge Manuel Brasil Mesquita
Lisboa, 03/07/2010
etpluribusepitaphius.blogspot.com

Graça Pereira disse...

Ah! O poder de um olhar!!! Lindo este poema de Rita Apoena...como é perturbante cair...num doce abismo de uns olhos castanhos...
Beijo
Graça

POETA CIGANO disse...

Querida amiga Poetisa!!!
Adoro seu Blog. é maravilhoso. Seu conteúdo belíssimo. Seus textos poéticos são lindos. Meus parabéns!
Beijos de luz em seu coração!

POETA CIGANO - 03/07/2010

www.carlosrimolo.blogspot.com

*lua* disse...

Quem é que não tem esse medo? ... e quem é que não segura em pétalas, fingindo não querer se entregar? Adorei flor, beijo

Anônimo disse...

bello dialogo, me encantó.
besoss