domingo, 29 de novembro de 2009

A QUARESMEIRA


A quaresmeira, lá no meu quintal,
pede passagem para a poesia
e as cores vivas pintam o madrigal
co'a cor dos olhos de uma estrela fria.

À tarde, a chuva chega em temporal
cumprindo a sempre triste melodia
do encanto da estação... canção austral
chamando a noite de uma estrela fria.

Arbusto feiticeiro, flor charmosa...
delírios disfarçando a venenosa
saudade roxa, feita sedução...

O teu segredo eu guardo numa prosa,
mas não revelo à pétala da rosa,
nem ao espinho, as cores da paixão.


(© Nathan de Castro)

3 comentários:

Anônimo disse...

dulce, muy delicado y dulce, me encantó. un beso amigo

EDUARDO POISL disse...

"... E de novo acredito que nada do que é
importante se perde verdadeiramente.
Apenas nos iludimos, julgando ser donos das coisas,
dos instantes e dos outros.
Comigo caminham todos os mortos que amei,
todos os amigos que se afastaram,
todos os dias felizes que se apagaram.
Não perdi nada,
apenas a ilusão de que tudo podia ser meu para sempre."

Miguel Sousa Tavares

Abraços com todo meu carinho.
Um lindo domingo com muito amor e carinho

O Profeta disse...

Porque será que os pássaros
Cantam na partida do dia
Porque será que um amante ausente
Fica de alma apertada, vazia?

Porque será que as ondas lamentam
Em sussuros de sal no areal
Porque será que as rezas são feitas
Para correr para o longe o perverso mal?


Boa semana


Doce beijo