quarta-feira, 2 de setembro de 2009

‘MOCIDADE’


A mocidade esplêndida, vibrante,
Ardente, extraordinária, audaciosa.
Que vê num cardo a folha duma rosa,
Na gota de água o brilho dum diamante;

Essa que fez de mim Judeu Errante
Do espírito, a torrente caudalosa,
Dos vendavais irmã tempestuosa,
- Trago-a em mim vermelha, triunfante!

No meu sangue rubis correm dispersos:
- Chamas subindo ao alto nos meus versos,
Papoilas nos meus lábios a florir!

Ama-me doida, estonteadoramente,
O meu Amor! que o coração da gente
É tão pequeno... e a vida, água a fugir...


Florbela Espanca
In: 'Charneca em flor'

2 comentários:

Pedro Aruvai disse...

esse soneto é muito lindo!
bjão.

Manu disse...

Olá Maria!

Amar desse jeito adolescente
dá cor e vida a um grande amor
apenas se ama, nada é urgente
tudo o resto perde o seu valor

Florbela Espanca a rainha sonetista. Beijos.