quinta-feira, 25 de novembro de 2010

AS ESTRELAS

Busco lindas estrelas lá no céu,
No céu de manto escuro, sem luar,
E o firmamento, em calmo e suave véu,
Mostra miríades delas a brilhar.

Inefável momento apraz em vê-las,
Cintilantes na noite, na amplidão...
Oh, quão belas são as áureas estrelas,
Que pontilham de luz a escuridão!

Nessa contemplação fenomenal,
Viajo o cósmico mundo dos amores
Cheio do enigma que permeia o astral...

E, no vislumbre dessas visões belas,
Os meus olhos, à luz dos seus fulgores,
Adormecem de amor por todas elas...


J. Udine.

sábado, 20 de novembro de 2010

Então é você

Então é você
que bem antes de mim
diz o que eu queria dizer
tão bem quanto eu diria.
E quem diria?
ainda melhor

Acho que teu nome é poesia
e por isso todos te chamam

Então é você
tua simples presença
preenche a minha existência
me faz ver o que eu não via.
E quem diria?
ainda melhor

Acho que teu nome é vida
e por isso todos te querem

Então é você
que quando fala
instala a compreensão
de tudo que eu seria.
E quem diria?
Ainda melhor

Acho que teu nome é amor
e por isso todos te amam

E quando todos te chamam
quem sou eu pra não chamar?

E quando todos te querem
quem sou eu pra não querer?

E porque todos te amam
“eu sei que vou te amar”

Alice Ruiz

terça-feira, 16 de novembro de 2010

A CANÇÃO DA SAUDADE

Que tarde imensa e fria!
Lá fora o vento rodopia...
Dança de folhas... Folhas, sonhos vãos,
que passam, nesta dança transitória,
deixando em nós, no fundo da memória,
o olhar de uns olhos e a carícia de umas mãos.

Ante a moldura de um retrato antigo,
põe-se a gente a evocar coisas emocionais.
Tolda-se o olhar, o lábio treme, a alma se aperta,
tudo deserto... a vide em torno tão deserta
que vontade nos vem de sofrer mais!

Depois, há sempre um cofre e desse cofre
tiramos velhas cartas, devagar...
É a volúpia inervante de quem sofre:
ler velhas cartas e depois chorar.
Que tarde imensa e fria!

Nunca mais te verei... Nunca mais me verás...
Lá fora o vento rodopia...
Que desejo me vem de sofrer mais!


Olegário Mariano

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Uma Visão Celeste!

Incrível tua alma bela: — um colar:
Áuricos são teus olhos em meus dias,
Luas de esmeraldas: — doce alegria!
(Uma silhueta de luz a me amar!...)

Meu amor: — quero teus lábios de mar:
—Aurora boreal, — Canta ventania!...
Rimo versos de amor com melodia...
Curto tua veste duma cor solar!

Beijo teu rastro, ao som da minha vida...
No ocaso sinto o bronze incontido,
Saio do papel com tinta. (— um metal!...)


Inda ecoam teus cabelos; um mistério
Zurzindo minha alma ao etéreo!...
— Álamo:- Tenho teus pés no final.

Machado de Carlos

domingo, 7 de novembro de 2010

Domingo


“Alguns guardam o Domingo indo à Igreja
Eu o guardo ficando em casa
Tendo um Sabiá como cantor
E um Pomar por Santuário.
Alguns guardam o Domingo em vestes brancas
Mas eu só uso minhas Asas
E ao invés do repicar dos sinos na Igreja
Nosso pássaro canta na palmeira.
É Deus que está pregando, pregador admirável
E o seu sermão é sempre curto.
Assim, ao invés de chegar ao Céu, só no final
Eu o encontro o tempo todo no quintal.“

Emily Dickinson

sábado, 30 de outubro de 2010

Sol, lua e estrela


Quando a lua chega
De onde mesmo que ela vem?
Quando a gente nasce
Já começa a perguntar,
- Quem sou? Quem é?
- Onde é que estou?

Mas quando amanhece
Quem é que acorda o sol?
Quando a gente acorda
Já começa a imaginar
- Pra onde é que vou? Qual é?
- No que é que isso vai dar?

Quando a estrela acende
Ninguém mais pode apagar
Quando a gente cresce
Tem o mundo pra ganhar
- Brincar, dançar, saltar
- Correr, meu Deus do céu.
- Onde é que eu vim parar?


Sandra Peres e Alice Ruiz

sábado, 23 de outubro de 2010

"MISTÉRIO"


Gosto de ti, ó chuva, nos beirados,
Dizendo coisas que ninguém entende!
Da tua cantilena se desprende
Um sonho de magia e de pecados.

Dos teus pálidos dedos delicados
Uma alada canção palpita e ascende,
Frases que a nossa boca não aprende,
Murmúrios por caminhos desolados.

Pelo meu rosto branco, sempre frio,
Fazes passar o lúgubre arrepio
Das sensações estranhas, dolorosas…

Talvez um dia entenda o teu mistério…
Quando, inerte, na paz do cemitério,
O meu corpo matar a fome às rosas!


Florbela Espanca

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Soneto do amigo


Enfim, depois de tanto erro passado
Tantas retaliações, tanto perigo
Eis que ressurge noutro o velho amigo
Nunca perdido, sempre reencontrado.

É bom sentá-lo novamente ao lado
Com olhos que contêm o olhar antigo
Sempre comigo um pouco atribulado
E como sempre singular comigo.

Um bicho igual a mim, simples e humano
Sabendo se mover e comover
E a disfarçar com o meu próprio engano.

O amigo: um ser que a vida não explica
Que só se vai ao ver outro nascer
E o espelho de minha alma multiplica...


Vinicius de Moraes

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Poema da malta das naus



Lancei ao mar um madeiro,
espetei-lhe um pau e um lençol.
Com palpite marinheiro
medi a altura do Sol.

Deu-me o vento de feição,
levou-me ao cabo do mundo,
pelote de vagabundo,
rebotalho de gibão.

Dormi no dorso das vagas,
pasmei na orla das praias,
arreneguei, roguei pragas,
mordi peloiros e zagaias.

Chamusquei o pêlo hirsuto,
tive o corpo em chagas vivas,
estalaram-me as gengivas,
apodreci de escorbuto.

Com a mão esquerda benzi-me,
Com a direita esganei.
Mil vezes no chão, bati-me,
outras mil me levantei.

Meu riso de dentes podres
ecoou nas sete partidas.
Fundei cidades e vidas,
rompi as arcas e os odres.

Tremi no escuro da selva,
alambique de suores.
Estendi na areia e na relva
mulheres de todas as cores.

Moldei as chaves do mundo
a que outros chamaram seu,
mas quem mergulhou no fundo
do sonho, esse, fui eu.

O meu sabor é diferente.
Provo-me e saibo-me a sal.
Não se nasce impunemente
nas praias de Portugal.


António Gedeão

sábado, 9 de outubro de 2010

Quero teus beijos...


Quero teus beijos
Beijos em forma de poemas,
Daqueles que tudo dizem.

São lábios unidos, gulosos.
Porém de bocas ocupadas,
Pois nada precisam dizer.

Num abraço em forma de laço,
Lábios ávidos se encontram.
Transmitem um misto de sentimentos,
Ternura, paixão, desejo e amor...

Então não diga nada.
Apenas me beije muito, muito.
E assim, com os lábios unidos,
Fazemos um lindo poema de amor.

Então beija-me!


Joe Luigi

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

NOUTRO LUGAR

Abre a janela do coração
e deixa que a madrugada
o tome por inteiro.
Não tenhas medo.
Não faças nada,
senão isso primeiro.


Depois debruça-te e espera.
Hás-de ouvir a voz do mar,
vinda no vento, como era
outrora, noutro lugar.


Verás então que nada está perdido
e a vida recupera o seu sentido.


Torquato da luz

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Encontro


Oh beleza sedutora de tanta loucura
Destapas teu corpo... tua pele nua,
Ao desmaiar do Sol, ao sugir da Lua
Pétala aveludada... cingida cintura!

Enlaço-te meu corpo em tanta doçura
De roupa despido... em louco desejo
Pele na pele no mais ardente beijo
Saciamos o amor em tão doce ternura!

Espalhada pela chão, a roupa eu vejo
Amarrotada... por entre nosso almejo
De termos apagado o fogo... em nós!

A vestimos lentamente para saírmos
E ninguém sonha a pressa, de a despirmos
Quando nossos corpos se encontram a sós!


Loucopoeta

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Canção da Primavera


Primavera cruza o rio
Cruza o sonho que tu sonhas.
Na cidade adormecida
Primavera vem chegando.

Catavento enloqueceu,
Ficou girando, girando.
Em torno do catavento
Dancemos todos em bando.

Dancemos todos, dancemos,
Amadas, Mortos, Amigos,
Dancemos todos até
Não mais saber-se o motivo...

Até que as paineiras tenham
Por sobre os muros florido!


Mario Quintana

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

UM SONETO AO AMOR


Meu amor! Seu amor pra mim é tudo!
Bem mais, do que eu imaginava ter.
Tu és pra mim, tudo neste mundo!
Tu és, a razão do meu viver.

Tu és , quem me norteia: Me completa!
Meu grande elo entre o céu e a terra...
Tens meu amor! Dele eu sou repleta,
Tu és, quem com flores ganha a guerra!

E assim te amarei a vida inteira.
Pois tu és, oh! Minha companheira,
A quem eu amo tanto e sem fim...

E ao teu encontro eu hei de seguir,
E deste sonho, não partir,
Versando o amor, num soneto assim...

(Elciomoraes / Reggina Moon)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ah, se eu soubesse



Ah, se eu soubesse de alguma coisa
que tudo seria assim tão simples.
Juro eu já teria
despertado esta força adormecida
que a muito, dorme tranquila em mim.

Acordaria todos meus sonhos,
lutaria para evitar o meu desânimo ,
desafiaria todos os meus desafios,
percorreria todos os meus caminhos,
por amar demais você!

Iria te buscar , te traria de volta para mim.
Para juntos dividirmos nossos pensamentos,
nossos sonhos. Nos amaríamos muito mais!...

Entre ternuras e embaraços, eu te tomaria
em meus braços, num e longo forte abraço
eu te daria um gostoso beijo sem fim!


Ah, se eu soubesse que seria tão fácil.


Joe Luigi

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"Não, não pergunte nada.
Pense apenas que,
se um anjo bateu exatamente à sua porta
nesta época do ano,
e se tão exato entrou
e sentou à sua frente,
ninguém melhor do que ele saberá,
com exatidão,
o que fazer. Então espere!"


Caio Fernando Abreu

sábado, 4 de setembro de 2010

Violeiro de Picasso


Dedilhando em verso triste
Acordes submissos ao chão
Sentado se posta canção
Numa vida que não existe

Dedilhando em quadro torto
Cubismo e ate expressão
Impressionismo se faz de morto
Na visão de meu irmão

Em cores se faz a arte
E a vida imita em parte
Voa som voa amigão
Desse tolo sem noção

Violeiro de olhar fixo
Dedos calos dedos ralos
De pés no chão rachado
A viola é seu achado

A vida lhe ensinou sonhar
Cantando assim esse refrão
E olhar num lindo quadro
Sonhando se faz ó meu irmão


André Fernandes

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"Um dia, eu disse a mim mesma
que o mundo no qual eu acreditava
haveria de existir em algum lugar do planeta!
Haveria de existir!
Nem que este lugar
fosse apenas dentro de mim..."

Rita Apoena

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

BELEZA PERFUMADA



Sinto teu cheiro no meu verso
Oh esse odor que se faz poema,
Perfume de teu corpo, meu tema
Em poesia de amor, me submerso!

Oh musa, encanto do universo
Mergulho em ti, no doce olhar
Cantando meu doce amor, no amar
Te amando o amor mais diverso!

Desenlaço o entrelaço do amor
Que vem entrelaçado no coração
Com meu ardente verso sedutor...

Invadindo no teu corpo a paixão
Te sentindo no poema esplendor,
Na poesia carregada de sedução!

Loucopoeta

sábado, 21 de agosto de 2010

SELINHO .......Pegue o seu aqui!!

É com carinho que ofereço este selinho prá todos meus amigos, seguidores e todos que visitarem meu blog.


http://marialbozolipoesias.blogspot.com/

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Janela aberta


Chegaste em minha vida
como uma janela aberta
numa casa vazia e triste.

Trouxeste um dia de sol
um aceno de folhagem
um canto de pássaro.

Que importa se continuo
a ser a mesma casa
triste e vazia?

Debruçado à janela, agora,
posso te ver passar... todo dia...


J. G. de Araújo Jorge

sábado, 14 de agosto de 2010

MINHA VIDA EM FLOR



Não me negue as flores,
pois, tiro delas a minha essência!
seu perfume, é minha inspiração...
seu colorido, é minha alegria...
sua beleza, é minha vida!

Não me negue as flores,
pois tiro delas a minha esperança!
em sua raiz, minhas forças...
em suas folhas, meus órgãos...
em cada botão, novas lutas!

Não me negue as flores,
pois elas refletem a minha vida!
nas pétalas que caem, levam minha lágrimas...
nas folhas que caem, vão-se anos que já vivi...
e em cada primavera, sou plenamente feliz!


Jacira Cardoso

terça-feira, 10 de agosto de 2010



A vida é um projeto
Que nós mesmo construímos
Com nossas atitudes e escolhas.

De hoje construiremos a casa
Que iremos morar amanhã.

Portanto construa com sabedoria.

Não deixe morar dentro de você
O que na vida não valeu a pena.


(Pe. Fábio de Melo)


Afagos na Alma.......Bom dia!

domingo, 8 de agosto de 2010

Pai



Pai
Me faça sonhar com você
quero te dar o abraço
que por comodismo não dei.

Quero olhar em teu olhos
e dizer: poxa como eu te amo!
Pois muitas vezes por ser adulto,
eu deixei de dizer.

Pai,
Eu queria pedir nunca se vá, seja eterno
Ah, Pai como quero te sentir de novo.

Ouvir teu sorriso meigo que me acalma
te pedir perdão por tudo que não fiz
Pai, eu precisava ter te amado mais.

Hoje eu sei.


( Joe Luigi )

quarta-feira, 4 de agosto de 2010


Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.

Thiago de Mello

sábado, 31 de julho de 2010

Sussurro


Aquiete-se para ouvir o silêncio;
a clorofila escorre pela haste,
a sombra e o sol ecoam um contraste
de quentes e frios na linha divisória.
Tente escutar a história da brisa
quando passa empurrando a bruma,
que,tola,embaça a púrpura da rosa.
Esta conta prosa de sacerdotisa.
Faça atenção ao momento de explosão
da metamorfose
que irrompe em grande dose
de véus e açúcares.
Sinta o cochilo dos nenúfares.
Se conseguir atingir
o ponto mais profundo da quietude,
vai poder ouvir o coração do colibrí.
Ele bate minúsculo num peito passarinho.
A Terra se mobiliza para entoar
uma sonata azul em homenagem
a esse músculo coberto de plumagem,
que tão pequenininho é tão capaz de amar.


Flora Figueiredo

terça-feira, 27 de julho de 2010

Azul!


Outrora, inda hoje,
Quando falávamos de amar,
Dos jeitos de amar,
Despertastes em mim o desejo,
Muito além do oceano pacifico,
Além das profundidades do mar,
Além das crateras dos vulcões,
Muito perto das sombras da lua,
Já ao raiar dessa tarde morna.

E navegando fui ao encontro teu,
Banhado no suor de minhas agruras,
Muito perto de minhas loucuras,
Sabedor que estava de minha espera,
No cais vazio de nossas almas ingênuas,
Passei pelo deserto de teu ventre alvo,
Na tentativa vã de alcançar-te um beijo,
Visto que ao tempo de hoje não era permitido,
Estagnaram-se nossas emoções febris.

Mas por nós choram os ventos da noite,
Que em açoite, uivam em nossos sonhos,
Prometendo para depois, ao raiar do dia,
Destravar a trava que nos prende agora,
Visto que queres e quero eu também,
Delirar de amor em tuas torres gêmeas,
Bebendo das fontes de tuas caatingas,
D’onde brota o mel de teu sabor fatal,
Na cor azul de um infinito amar!


Santaroza

sexta-feira, 23 de julho de 2010

Almas


Sua alma poética se mesclou à minha...
transborda o teu excesso
e joga pelas pupilas o teu contentamento!
Meu olhar beira as estrelas
quando te vê chegar...
Há tanta emoção nesse reencontro
que anjos entoam hinos ao amor
E sons celestiais ecoam ao ar
embelezando o éter...
Almas poéticas, almas afins...
puros de sentimentos, bailam no céu!


Denise Flor ©

terça-feira, 20 de julho de 2010

O verdadeiro amigo


Palavras não descrevem
O valor de uma amizade
Quando este amigo
É um amigo de verdade

Amigo verdadeiro
É algo difícil de encontrar
É como procurar agulha no palheiro
Não é fácil de se achar.

É como um tesouro já falado
Que depois de encontrado
Vendemos tudo para cultivá-lo
É muito seguro procuramos guarda-lo

Temos muitas amizades
E devemos sempre mais conquistar
Porém a grande realidade
É que, com poucos destes iremos contar

Amizade se constrói ao longo do tempo
Nas variáveis dos momentos
E tem como fundamento o carinho
O respeito, o afeto, a confidencia
E sobretudo a certeza que não está sozinho


Ataíde Lemos

domingo, 18 de julho de 2010



“Todos os dias
o ciclo se repete,
às vezes com mais rapidez,
outras mais lentamente.
E eu me pergunto
se viver não será
essa espécie de ciranda
de sentimentos
que se sucedem e se sucedem
e deixam sempre sede no fim."
.

Caio Fernando Abreu