quarta-feira, 29 de julho de 2009

Minha Rima



Minha rima agora se encanta
Busca em seus olhos, doce carinho
Em noites de lua clara, canta
Esperando seu calor, doce ninho
Minha rima agora fala de amor
ela já sabe que você existe
Recebe o poema e o calor
É alegre, nem mais resiste
Minha rima agora, é só sua
Meu coração descompassado ri
Enxerga a beleza do sol da lua
Minha rima agora,é esperança
Ela pensa escreve e canta
Passeia pela vida, feito criança!!!

(Maria Rita Bomfim)

Sou poeta



Sou um vendedor de sonhos
Um renovador de esperanças
Um construtor de ilusões
Um quebrantador de corações.

Sou uma brisa que passa
Quando há intenso calor
Através dos versos
Faço reviravoltas no amor.

Sou um provocador
Meu alvo é o sentimento
Onde com palavras rimadas ou não
Desperta-o dando-lhe fortes emoções.

Sou um contestador
Sensível tudo a sua volta
Que em versos, e provas
Não se cala, levantando a voz
Provocando a reflexão
Enfim, sou um poeta.

Ataíde Lemos

AMIGO



Não compreende, quem não for meu amigo,
meu jeito de ser amigo...
É sem estratégia...
É tão simples que chega
quase a ser simplório
Só não é simplório porque
porque quer ser tão sólido
quanto a renovação da vida...
E se renova mesmo quando meu amigo está buscando
a harmonia com tal dom...
Não procure em mim afagos ao ego...
Mas busque em mim
toda fidelidade de luta
todo entendimento que eu tiver é seu também...
Só há sentido se as coisas forem assim...

LUPI

LUCIANO LOPES

O meu mal



Eu tenho lido de mim, sei-me de cor,
Eu sei o nome ao meu estranho mal:
Eu sei que fui a renda dum vitral,
Que fui cipestre e caravela e dor!

Fui tudo que no mundo há de maior;
fui cisne e lírio e águia e catedral!
E fui, talvez, um verso de Nerval,
Ou um cínico riso de Chamfort...

Fui a heráldica flor de agrestes cardos,
Deram as minhas mãos aromas aos nardos...
Deu cor ao eloendro a minha boca...

Ah! De Boabdil fui lágrima na Espanha!
E foi de lá que eu trouxe esta ânsia estranha!
Mágoa não sei de quê! Saudade louca!

Florbela Espanca

Saudade



Saudade tem cor de ausência
Feito pétala esmaecida
Numa caixinha de lembranças
Guardada dentro do coração

Saudade tem tempo dolente
Dias de verão sem calor
Cheiro de melancolia
Num entardecer primaveril

Saudade tem nuance de tristeza
Sente fome da presença
Dilacera a alma
Sabor amargo sem viço

Saudade dor silente de amor
Tem olhos soluçantes
Tonalidade incolor das lágrimas
Orvalhando a face de solidão

Sarah Siqueira

Luz



Guardo a luz em velas
Que se dissolvem ao sol
Nas lindas manhãs
E nas mãos aqueço
A luz fria da noite
Onde as cores escurecem
Os sentidos claro da alma
Guardo as palavras sem cores
Entre os sonhos e segredos
Lembrando escrituras e estórias
Que não reviverei
Olho um horizonte distante
E adormeço com anseio
De alcançar coisas
Que nunca conheci

Conceição Bentes

Vento



Não queira dizer o que eu sinto,
Não se imponha ao meu coração,
Sou o que sempre fui, " o vento ",
Que sopra nos corredores do labirinto.

Quem me viu, nas montanhas andou,
Nos altos montes sentiu meu toque
Brisa ou vento leve soprou...
Mas nunca, na verdade me tocou.

Não sou mais o vento do mar,
Que sopra os casais no calçadão...
Sopro a verdade doída no ar
E por ela me caçam sem perdão.

Se me sente tua pele tocar,
Respeite minha natureza,
Não tente a mim trancar
Não tenho imagem, ou beleza...

Sou apenas a brisa constante,
pura força e sutilesa
Ainda que me queira amante,
sou peso da dor, do amor a levesa...


Mando Mago Poeta

Eu sei quando tu vens



Não preciso sondar os pensamentos
nem consultar meu vasto coração
para saber os dias e os momentos
em que me vens trazer consolação...

A mim me basta olhar pela janela
e abraçar a manhã no meu jardim,
pois sei que a claridade que vem dela
é a luz do teu amor dentro de mim...

Deixo a brisa tocar a minha face,
ouço as aves que vêm me visitar
e sei de cada rosa que renasce
o teu mágico instante de chegar...

Converso com o vento no telhado
onde o tempo costuma te esperar
de um futuro presente antecipado
por anjos que me vêm te anunciar...

No canteiro de beijos e jacintos
o odor suave de uma flor qualquer
inflama de desejos meus instintos
famintos de teu corpo de mulher...

Então eu sempre sei quando tu vens
sem que precises avisar-me quando...
O amor proclama quando tu me tens
e me prepara quando estás chegando.

Afonso Estebanez

CANTAR



Cantar de beira de rio;
água que bate na pedra,
pedra que não dá resposta.

Noite que vem por acaso,
trazendo nos lábios negros
o sonho de que se gosta.

Pensamento do caminho
pensando o rosto da flor
que pode vir, mas não vem.

Passam luas - muito longe,
estrelas - muito impossíveis,
nuvens sem nada, também.

Cantar de beira de rio:
o mundo coube nos olhos,
todo cheio, mas vazio.

A água subiu pelo campo,
mas o campo era tão triste...
Ai!
Cantar de beira de rio.


Cecília Meireles

PARA ONDE?



Pra onde vou? não sei
E por que as pessoas precisam saber
para onde vão?
Eu vou pra qualquer lugar
vou por aí,
onde quer que haja uma flor,
uma estrela,
um pedaço de nuvem..
onde quer que haja alguém
que saiba ler dentro de mim
que não saiba de onde vim
nem me faça perguntas...
Para onde vou?
Vou pra qualquer lugar
onde haja sorrisos
e lagos serenos
campos de alfazema
beiras de narcisos...
Se queres vir comigo
só te peço silêncio
Não espante as borboletas do caminho
e não perguntes nunca
para onde estou indo...

MARIZA ALENCASTRO