sábado, 12 de dezembro de 2009

VOCE QUER?


quer ir comigo
viajar pelas galáxias?
saltar meteoros,
viver sonhos antigos;
escorregar no precipício.
apontar as arestas
do triângulo das Bermudas.
navegar do fim ao fundo
do mar vivo e lindo.
vivencias as festas
de Baco.
reverenciar Buda.
nos embriagar
de beijos e tequila.
com a mesma roupa mergulhar
nas águas da manilha.
vamos agora,
cedo será tarde,
silêncio....
nenhum alarde
para não acordar
seu vulcão interior.
a ferro, fogo, fúria,
brincar de amor,
nos vestir de luxúria,
deixar fluir,
deixar rolar
o que for.
libertar os fantasmas.
usar todas fantasias.
vamos juntos rumo
ao zênite, pecados, heresias.
ao ápice gostoso, torturante;
do planeta-prazer!...


gustavo drummond

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Presente


Embalei-me e me entreguei
Fiz-me contente, numa embalagem de presente
Devolveste-me sem abrir, sem ver o conteúdo
Fez-se mudo, fez-se ausente

De volta, quebrada, dividida
Recolhi os pedaços, recompus
Colei onde foi possível, refiz peça perdida
Num quebra cabeças, no escuro, sem luz

Escondi-me num canto, curei feridas
Sem me importar com cicatrizes, saí
Fui pra rua, não estava pronta, tropecei
Muitas vezes, outras tantas cai

Mas o tempo, meu tempo presente
Traz-me de volta, faz milagres, cura
Minha alma, seca minhas lágrimas
E me recupera, tira-me da loucura

Olho, o sol que se põe, tarde que chega
Vida que vai, vida que vem, presente
Tempo presente, vivo meu presente
Mas não mais me dou de presente.


Fátima R. Batista

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

O Amor no Éter


Há dentro de mim uma paisagem
entre meio-dia e duas horas da tarde.
Aves pernaltas, os bicos
mergulhados na água,
entram e vão neste lugar de memória,
uma lagoa rasa com caniço na margem.
Habito nele, quando os desejos do corpo,
a metafísica, exclamam:
como és bonito!
Quero escrever-te até encontrar
onde segregas tanto sentimento.
Pensas em mim, teu meio-riso secreto
atravessa mar e montanha,
me sobressalta em arrepios,
o amor sobre o natural.
O corpo é leve como a alma,
os minerais voam como borboletas.
Tudo deste lugar
entre meio-dia e duas horas da tarde.


Adelia Prado

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

AURA DE AMOR


Toda a estrela que cintila,
E ao alto, fica a piscar,
Colhe o brilho dos teus olhos,
Dengosa, a te namorar!

Fulgurância está contida
Em você, eu posso ver!
O Sol, a lua, as estrelas,
Vem roubá-la de você!

Lá de cima os astros veem,
Um outro céu, tão brilhante,
São seus olhos; é você,
De beleza fulgurante!

No céu vão luzir os astros
E você brilha pra mim,
Como o sol e como a lua,
Céus estelares sem fim.

Quando uma estrela cadente,
Lá no céu a gente vê,
É porque veio buscar
O fulgor que há em você.

Faz brilhar seus pirilampos
Com encanto o firmamento
Colhe este encanto em você,
Numa lufada de vento.

Preciosos, Céu e Terra
Magnífico esplendor,
Vem comparar os seus brilhos
Com a tua aura de amor.


Mírian Warttusch

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Recado breve


Minha falta
de tempo
me fez ser
ainda breve,
no bilhete,
raro de ontem...

Ainda que breve
foi longo o
meu pensar,
minhas palavras
escapuliram no ar...

Foi breve também
o meu lamentar,
e nas curtas linhas,
comecei a chorar,
sentindo falta,
de tudo, e no lamento,
foi alto o penar...
do sonho acabar...

Ainda fiz uma
prece
Para te abençoar

Não é desespero,
apenas penso
em não mais voltar...

Fui breve.
Ainda que breve
mas já sentindo
falta, falta tua
no coração.


Betânia Uchôa

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

vou ler


esses teus olhares de donzela
mais parecem de aquarela
que meu coracao alegra
noite linda, lú singela

perdido nos bracos teus
afogado nos desejos
fosse eu teu zeus
estalos dos meros beijos

minha amada, minha princesa
esqueca essa tal nobreza
venha ser meu apogeu

nao mude de página
leia na minha lágrima
quem te ama sou eu


sergio, beija-flor-poeta

domingo, 6 de dezembro de 2009

ACORDANDO ESTRELAS


Acordem estrelas
o sol já se pôs,
venham... vamos
dançar sobre o
manto azul-escuro
do céu, e no sorriso
do mundo gargalhar.


Me ajudem ao vento
segurar e em aragem
transformar.


Vamos pontilhar o céu
com pedrinhas a bordar
e com toques mágicos
desejos realizar.


Vem... vamos acender
vaga-lumes e num só
incêndio a vida iluminar.


Vamos voar em cirandas
e como crianças sentir-se
grande no vento,
sem ter medo de cair, do
nosso firmamento.


*o.vasconcelos*

Levo-te...


Levo-te na impressão de um beijo,
na carícia da brisa que te entrega
a ternura minha e que é tão tua...
Levo-te na alma em júbilo de paz,
na alegria abarcando todos os
momentos da vida...
Levo-te na serenidade do olhar
de quem já sofreu e ainda assim
não desistiu de amar,
não desistiu de acreditar no amor...
Levo-te em cânticos suaves
reverenciando todo o sentimento
que promove a certeza
de eternamente nos pertencermos...
Levo-te assim, na calmaria da Fé,
da crença de que a tua existência
se faz a única razão da minha
acontecer a cada amanhecer!...


Cida Luz

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O rumo do vento


Vamos deixar
o barco seguir
o rumo do vento...

Porque, neste momento,
quero compartilhar
com você.

Pensar em você!
Sentir você!
Tocar em você!

Seja com o carinho
das palavras ou
com o calor dos penamentos!


Mauricio Chila Freyesleben

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

MOSAICO


Há um coração que chora
agora
Há uma emoção que percorre a alma
E no canto do lábio
há gotas salgadas, mornas

Sussurros em flores nas mãos
E recordações enfeitam o silêncio

E uma canção se fez
E uma voz se ouviu
De dentro

Há a saudade azul
Que serviu de tema para este poema

Qual um mosaico abstrato
Dobrado em duas metades
Inacabado...


Iveti Specorte ♥

Todos os dias,
eu te recrio na minha memória.
Eu te revejo em pensamento.
Todos os dias eu me apaixono
pela tua palavra, e te reinscrevo
na minha estória.
Todos os dias,
retorço as linhas paralelas
das nossas vidas,
e tranço o teu destino no meu.
E teço uma manhã, em que não existe
a palavra “adeus”.


Shirley Carreira

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

TÃO BELA….


A noite chegou densa e bela.
No firmamento, algo radiante
lança sobre nós nesse instante
uma imensa luz insinuante e nua...
É ela, a lua se fazendo presente
outra vez... Exercendo sobre nós
uma magia que envolve
que contagia o coração dos amantes
que enfeitiçados beijam-se,
envolvem-se, abraçam-se,
unem-se, se enlaçam e amam-se
à luz do luar...

Andréa Fênix

Caminhos opostos


Sou o destino
antes do princípio
ou depois do fim,
com cheiro de antigamente
rompendo névoas,
revestindo de couraças
a imutável eternidade

Esqueço meus passos medrosos
batendo nas asas da liberdade,
a incerteza revelada
de um tempo sem cor
da espera sem dor

Tudo é hipotético
nos dias avulsos que marcam
a casualidade transbordante
abarcando caminhos sem dores
sem acenos, até o nada!


Conceição Bentes

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Estrelas da paixão


.
Antes que eu me transforme
em estrelas, destas que brilham no céu
fazendo o sonho dos amantes,
fazendo a noite mais noite...
.
Que eu seja antes um poema,
que descreve o brilho em seu brilho,
clarão por clarão...
e até os cometas, entram em rimas,
com tamanha paixão...
.
Antes que eu de mim me esqueça,
antes que eu seja a solidão,
que eu seja fogo e paixão,
na noite ou em qualquer estação...
.
Que eu seja o sentimento sublime,
que une com emoção...
sou estrela, sou poesia...
sou beleza e canção...
.
Faz de mim seu sonho encantado,
faz da noite uma lentidão,
que eu acorde ainda em teus braços...
.
Que eu clame uma repetição...
pois a noite é um tapete encantado...
feito de nossa união...
.

Betânia Uchôa

domingo, 29 de novembro de 2009

A QUARESMEIRA


A quaresmeira, lá no meu quintal,
pede passagem para a poesia
e as cores vivas pintam o madrigal
co'a cor dos olhos de uma estrela fria.

À tarde, a chuva chega em temporal
cumprindo a sempre triste melodia
do encanto da estação... canção austral
chamando a noite de uma estrela fria.

Arbusto feiticeiro, flor charmosa...
delírios disfarçando a venenosa
saudade roxa, feita sedução...

O teu segredo eu guardo numa prosa,
mas não revelo à pétala da rosa,
nem ao espinho, as cores da paixão.


(© Nathan de Castro)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Sua mão


A mão do meu suave amor é leve
como uma asa de pássaro a voar..
Tem todas essas curvas que descreve,
pelas areias úmidas, o mar...

De longe, às vezes, num adejo breve,
a alma me afaga, me afagando o olhar...
Mão que se cobre de um alvor de neve
se acaso tento os dedos seus beijar!

Ninguém diria que essa mão serena,
que tanta força tem, sendo pequena,
pode, num gesto de emoções febris,

mudar o curso das eternidades,
desmoronar impérios e cidades,
erguer montanhas.. me fazer feliz!


Onestaldo de Pennafort

Sou



"Por ser mulher sou sensível
Sou dengosa, mas sou mais
Que um adjetivo qualquer
Sou força, coragem e fé
Mas não perco o encanto da rosa
Não sou mero reflexo
Tenho brilho próprio
Tampouco sou ser complexo..
Eu sou dona dos meus sonhos e desejos
Não sou apenas um batom diante do espelho."


Sirlei Passolongo

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

“CORAÇÃO”


As margens de uma praia,
Desenhei um coração...
Coloquei o seu nome,
E pedi solução...

O tempo passou
E o coração se apagou...
Não sei se foi o vento,
Ou se o mar carregou...

Seja lá quem for,
Estou a esperar...
Desejo este amor
Seja pelo vento ou por mar...

Vento não traz amor
Nem o mar, solução...
Procure seu amor,
E abra o coração...


RAUL DIAS

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

São flores para você


São flores para você!
Em cada pétala
Uma bênção
Um carinho
Uma ternura
Uma canção

A intenção do meu coração
Te fazer um agrado
Te falar de amizade
Trazer-te algum aroma
De alegria e gratidão


*Arnalda Rabelo*

sábado, 21 de novembro de 2009

Latino!


Com vagar como anda o trem
Vago só sem ser ninguém
Não que eu precise ser alguém
Me basta esse vintém.


Nasci em um berço duro
Largo porem seguro
Nunca tive dia escuro
Nunca fui velho, sou maduro.


Meu mapa é minha mão
Tem ranhura como o chão
O resto é com o coração
A alma é só um senão.


Amar é para muito poucos
Principalmente para os loucos
Paixão se bebe aos poucos
Entre uivos e gritos roucos.


Assim vivo o destino
Na verdade sem atino
Não sou bicho matutino
Afinal eu sou latino.


*Santaroza*

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

RESPLANDECER


Momentos de amor
Que unem sentimentos
Liberando emoção
Que extasia
Corpos molhados suados
Esgotados
Amor derramando
Anunciando vivência de um momento intenso
De amor doação
O coração pulsa no compasso das caricias
Amo-te além deste instante
Amo-te além deste espaço contido no tempo
Por ser o que tu és
Simples assim
Nesta composição de amor
Que nos une
Nos lança
Para fora do nosso
Pequenino universo particular
É o amor reverberando


CONCEIÇÃO PEARCE

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

UMA NOVA DIMENSÃO DE AMOR


Uma Nova Dimensão de Amor -

O amor é mais verdadeiro e autêntico do que nós.
Todo caso de amor é um novo nascimento.
O ego é como a escuridão, mas quando chega
a luz do amor, a escuridão se vai.
As escolhas devem ser pelo real, pior e doloroso
e não pelo confortável, conveniente e burguês.
O amor nos tira do ego, do passado e do padrão
e por isso parece confusão.
Ficar louco de vez em quando é necessidade
básica para permanecer são.
Quando a loucura é consciente, pode-se voltar.
Todos os místicos são loucos.

(Osho)

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sou



Sou pétala,sou pérola,
sou alguma beleza delicada,
sou uma mistura de amor e amada...
E sou assim e posso ser assim,
sou mulher,sou jardim...
Em meus lírios,perfume
e poesia,amanheço
em êxtase e alegria...
Meus mistérios,alguém conhece...
Meu desejo se excede...
Sou algo perdido,sonho encantado
de algum poeta apaixonado...
Sou raridade,jóia do mais profundo mar...
Sou mulher,sou luar...
Encontro-me em algum lugar,
não estou em nenhum país,
mas devo estar lá...
Lá onde a distância é apenas paixão...
Coração fora de mim,
essência de jasmim...
sintonia de estrelas,
essa sou eu,
uma mulher em estado permanente de flor...
Sinta,então,meu cheiro de amor...


DOCE POEMA

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Enquanto a noite brilhar,


Enquanto a noite brilhar,
a vida me será bela!
Serei mulher, amante,
irmã, anjo, menina, musa.
Enquanto eu sonhar serei poeta,
e de verso em verso
vou rasgando céus...
Pois cada verso é uma
saudade guardada...
um amor esperado,
um sonho sonhado,
um beijo dado ...
Uma pétala de minh’alma.


Clicia Pavan

domingo, 15 de novembro de 2009

Sugestão


Não cegues o fio da tua lâmina
contra a pedra em que o tempo transformou
a flor antiga que inventei cantando
quando sequer chegada eras ao mundo.
Nem cultives o cardo do infortúnio
em veredas por onde eu caminhava
antes da tua mão na minha vida.
Não podes apagar o que já é cinza
nem afogar o que a água já levou.
Alguma sombra azul do que passou
vive no amor que nos abraça agora.
Não desperdices teu poder de luz.
Prepara, cada noite, a tua aurora.


Thiago de Mello

Assaltos


Do medo, eu teço mais coragem.
Um salto maior eu dou se me acorrentam.
Da dor da poda eu renasço inteira
Saio a melhor rosa da roseira.

Do cinza frio do asfalto
Do vermelho sangue nos olhos do bandido
Eu ergo minha bandeira ao alto: lilás e rosa.
Outra fada teria fugido...

Eu encanto, crio, expando.
Mesmo que minhas asas tremam
Mesmo que estejam amarradas
Eu vôo.
Mesmo que o medo açoite-me à noite
E a dúvida surja em seu caminho.

Do piloto automático eu fujo
Da venda nos olhos - que já são cegos...
Não quero a vibração das pedras
Quero a velocidade da luz.


(Carolina Salcides)

sábado, 14 de novembro de 2009


De mim podem levar quase tudo
Mas eu imploro
Não leve de mim esse meu colher estrelas
Caminhar entre as nuvens
Dançar na chuva
Encantar-me pela lua
E me perder nos olhos de quem eu amo

Podem levar de mim tudo
Mas não me levem
Esse direito de sonhar.


Glorinha Gaivota.

A Cotovia


cantoria era enleio
pairava espanto, respirava bruma
prelúdio nas dores antigas

acrobacia era gorjeio
pintava acalanto, inspirava pluma
refúgio nas cores ambíguas

que melodia...
embora sol havia
por dentro neve cortava o sombrio

que ironia...
outrora leve cotovia
por dentro febre pesava o vazio


(cantoria era enleio
pairava espanto, respirava bruma
prelúdio nas dores antigas

acrobacia era gorjeio
pintava acalanto, inspirava pluma
refúgio nas cores ambíguas

que melodia...
embora sol havia
por dentro neve cortava o sombrio

que ironia...
outrora leve cotovia
por dentro febre pesava o vazio


(Cris de Souza)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

“Memória ao Poeta”


Andei apagando das linhas
Palavras perdidas sozinhas
E aquilo que nada continha
Poemas e rimas sem vida.

E andei procurando o poeta,
Mas meu coração não se engana
Pois sabe do amor sua chama
E quem com as mãos o proclama.

Porque só quem tira da entranha
O dom mais profundo da alma
Viaja nos seus sentimentos
Na estrada da história e do tempo.

E há de bordar os momentos
Com lúcidas linhas de encanto
Com mágicas feitas de versos,
E hão de chamá-lo poeta.


(Caito Spina)

Só tu sabes os segredos mais íntimos de mim
e conheces os medos, mistérios e enredos
que do princípio ao fim me percorrem os dias.

Mas também as alegrias que partilho contigo
todas, uma por uma, sem que exista o perigo
de te esconder alguma.

Só tu sabes como sou, embora imperfeito,
alguém que se moldou à curva do teu peito.


Torquato da Luz